Crise no Sofia Feldman será debatida na Assembleia

Dificuldades financeiras de hospital referência na assistência materno-infantil serão discutidas nesta quinta (19).

16/10/2017 - 18:45

Debater a crise financeira do Hospital Sofia Feldman, situado no Bairro Tupi, em Belo Horizonte, e cobrar um maior envolvimento da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) na manutenção da instituição. Esse é o objetivo da audiência pública que a Comissão Extraordinária das Mulheres da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nesta quinta-feira (19/10/17), a partir das 14h30, no Plenarinho II, atendendo a requerimento da sua presidente, a deputada Marília Campos (PT).

Considerado como a maior maternidade do País e a segunda em número de internações neonatais, o Sofia Feldman é um hospital público, não-governamental, que funciona por meio de uma fundação de assistência integral a saúde, tendo se transformado em referência na assistência materno-infantil humanizada e de qualidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A instituição, vencedora de vários prêmios, realiza aproximadamente 900 partos por mês e possui 185 leitos, sendo 87 obstétricos, 41 em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal, 45 em unidade de cuidados intermediários neonatais e 12 de outras clínicas. Todas as internações na instituição são feitas por meio da Central de Internações da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte.

Mas, nos últimos anos, o Sofia Feldman vive uma crise financeira crônica. O gasto mensal é estimado em mais de R$ 5 milhões, insuficiente para dar conta de uma infraestrutura que conta com aproximadamente 1,1 mil funcionários, 100 residentes no hospital-escola e que recebe gestantes de 300 municípios mineiros. O deficit financeiro mensal é estimado em R$ 1,4 milhão, em números que remontam ainda ao início do ano.

A crise na instituição, que já foi obrigada a paralisar leitos, só não é maior graças a uma rede de apoiadores que ajuda na manutenção do hospital e à dedicação dos seus profissionais, que sofrem com atraso nos salários.

PBH - “Estou acompanhando de perto a situação do Sofia Feldman. No caso da prefeitura, a principal reivindicação é que Belo Horizonte passe a integrar o financiamento do hospital. Hoje, a PBH não tem recursos orçamentários previstos para isso e apenas repassa recursos federais e estaduais”, afirma a deputada Marília Campos.

“Como o hospital é filantrópico e atende exclusivamente pacientes do SUS, deve ser financiado de forma tripartite, com 50% de recursos da União, 25% do governo estadual e 25% da PBH, que é a gestora dessa unidade hospitalar, como estabelece a Política Nacional de Atenção Hospitalar”, completa a parlamentar.

No último dia 10, a deputada participou de manifestação na porta da PBH, quando uma comissão foi recebida por um representante do prefeito Alexandre Kalil. “A reunião foi um avanço. Recebemos o compromisso de que o diálogo está aberto. Nossa expectativa é de buscar soluções que resolvam a crise vivida pela instituição”, avalia. Foi acertada a formação de uma comissão de trabalho para apurar a situação dos repasses que a prefeitura deve ao hospital, balanço que deve ser divulgado na audiência da Comissão Extraordinária das Mulheres.

Convidados - Entre os convidados para o debate está o diretor-técnico do hospital, Ivo de Oliveira Lopes, além de representantes das secretarias municipal e estadual e do Ministério da Saúde.

Consulte a lista completa de convidados para a reunião.