Para Rogério Correia, a venda das usinas da Cemig foi
Celinho do Sinttrocel pediu recursos para duplicar a BR-381
Gustavo Valadares cedeu apartes a Arlen Santiago e Felipe Attiê
André Quintão disse que Temer quer
Calais não se sente representado por um governo que não foi ungido pelo voto

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 27/9/17

Leilão das usinas hidrelétricas da Cemig pautam pronunciamentos no Plenário. Duplicação da 381 também motivou discurso.

27/09/2017 - 18:40

Cemig I
A venda, para empresas estrangeiras, das usinas hidrelétricas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, da Cemig, levou o deputado Rogério Correia (PT) a protestar da tribuna, nesta quarta-feira (27/9/17). “Hoje é um dia triste para Minas Gerais. Se aqui estivesse, o ex-governador Itamar Franco morreria de desgosto” lamentou, lembrando que Itamar não permitiu que o então presidente Fernando Henrique Cardoso vendesse a usina de Furnas. “O governo golpista de Temer entregou nosso patrimônio por uma bagatela de R$ 12,12 bilhões, o equivalente a 65,5% do lucro da Cemig nos últimos sete anos, que foi de R$ 18,5 bilhões”. “Foi um negócio da China, para quem comprou, e um desastre para Minas”, disse. O deputado lembrou a luta da frente em defesa da Cemig e conclamou a população a se opor “à entrega do País e à perda de sua soberania e dos direitos do povo”. Em aparte, Elismar Prado (PDT) apoiou o colega e também criticou a medida.

 

BR-381
O deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) falou sobre audiência da Comissão de Transportes, Comunicação e Obras Públicas, realizada na terça-feira (26) para debater a duplicação da rodovia 381 Norte. Ele também pediu a retomada das obras da ponte que liga os municípios de Coronel Fabriciano a Timóteo, no Vale do Aço, interditada há cinco anos. Segundo ele, a 381 é a principal rodovia do Estado e a sua duplicação é fundamental não só para a segurança da população, já que a estrada registra alto índice de acidentes, mas também para a economia, uma vez que a região abriga grandes empresas. “Defendo que todas as forças políticas de Minas se empenhem para garantir os recursos necessários para a duplicação”, afirmou. Para isso, propôs a criação de uma comissão para reivindicar em Brasília a liberação de recursos para as duas obras. Ao final, protestou contra a venda das usinas da Cemig. “Este governo ilegítimo e golpista está entregando o País”.

 

Críticas
Antes de começar a discursar, o deputado Gustavo Valadares (PSDB) cedeu um longo aparte aos deputados Arlen Santiago e Felipe Attiê, ambos do PTB, que acabaram ocupando todo o tempo do orador. Os dois fizeram severas críticas ao PT. Arlen Santiago acusou os governos Lula e Dilma de destruírem os fundos previdenciários da Petrobras e dos Correios e de quebrarem o sistema elétrico e a economia do País. Afirmou que os funcionários da Cemig devem agora “ficar de olho” para não perderem também seus direitos. Felipe Attiê, por sua vez, também criticou Lula e culpou Dilma pela situação que resultou na venda de quatro usinas da Cemig para a China e outros países. “A China tem quase quatro trilhões de dólares de reserva em caixa, quatro vezes a dívida pública interna brasileira”, disse. Acrescentou que os chineses deixaram de lado o comunismo, “rasgaram as leis trabalhistas e as leis ambientais” e, com isso, o país prosperou e se tornou “um gigante”.

Cemig II
A exemplo de Rogério Correia, André Quintão (PT) afirmou que, nesta data, Minas Gerais vive “um dos dias mais tristes de sua história, com a venda, pelo governo ilegítimo de Temer, de quatro usinas da Cemig, responsável por 50% da energia do Estado”. Rechaçando “a lógica privatista do governo”, afirmou que não se trata de dogma ou doutrina, mas de dignidade humana, porque “um país não pode entregar para os estrangeiros um setor estratégico, como água e energia”. O parlamentar acusou o governo estadual anterior, do PSDB, de não aceitar, “por picuinha”, a renovação da concessão das usinas da Cemig por mais 20 anos, conforme proposta da ex-presidente Dilma. Ele também acusou Michel Temer de negociar com a China e outros países a fim de arrecadar recursos para distribuir ao Congresso, assegurando uma votação favorável nas denúncias que pesam contra ele. “Temer está preocupado em salvar a própria pele e para isso precisa fazer caixa”, disse.

 

Cemig III
O deputado Isauro Calais (PMDB) também manifestou tristeza pela venda das hidrelétricas da Cemig. Ele também recordou o ex-governador e ex-presidente Itamar Franco, que não aceitou a privatização de Furnas durante o governo de Fernando Henrique. Para ele, o leilão das usinas da Cemig foi “um esquartejamento”. “Sou do PMDB, mas não me sinto representado por esse PMDB que quer tirar direitos dos trabalhadores com o fim da CLT e essa maldita reforma da previdência”, falou. “Esse governo não me representa porque não foi ungido pelo voto”, afirmou, defendendo que a bancada federal de Minas se una de forma a garantir, no Congresso, que Temer venha a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. A exemplo dos petistas que o antecederam na tribuna, afirmou que a privatização das quatro usinas resultará em prejuízos para a economia do Estado e em aumento da conta de luz para o consumidor. E pediu a união de toda a sociedade contra a medida.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.