Dados do Ministério da Justiça indicam crescimento de 256% da população prisional feminina no Brasil, em 12 anos

Situação de mulheres presas pauta reunião nesta quarta (27)

Comissão vai tratar de denúncias de violações da dignidade da população feminina privada de liberdade.

22/09/2017 - 15:29

As condições precárias enfrentadas por mulheres privadas de liberdade, muitas delas custodiadas em unidades mistas, serão discutidas em audiência pública nesta quarta-feira (27/9/17), às 16h30, no Plenarinho IV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O debate acontece na Comissão Extraordinária das Mulheres, tendo entre os convidados representantes do Poder Executivo, da Organização das Nações Unidas (ONU), da Pastoral Carcenária e organizações não governamentais como a Transvest e autores do livro "Mães do Cárcere".

"A pena privativa de liberdade não pode suprimir o direito fundamental da dignidade humana. Pelas denúncias recorrentes de falta de absorventes e tantas outras violações relatadas, precisamos fazer este debate para avançarmos na implementação de uma política de atenção às presas e egressas do sistema prisional", considera a deputada Marília Campos (PT), presidente da comissão.

Marília Campos solicitou a audiência juntamente com as deputadas Celise Laviola (PMDB) e Geisa Teixeira (PT) e os deputados Tadeu Martins Leite (PMDB), Rogério Correia (PT) e Elismar Prado (PDT).

Segundo a deputada, as mulheres representam menos de 10% da população prisional em Minas Gerais, mas elas vêm crescendo em números absolutos, sobretudo a partir de 2003.

Dados do Ministério da Justiça mostram que a média nacional de crescimento da população prisional feminina foi de 256% em 12 anos, enquanto em Minas esse crescimento teria sido superior a 1.200% em menos de 15 anos, conforme dados do gabinete da parlamentar.

De acordo com o levantamento, a maioria dessas mulheres são presas provisórias, com até 30 anos de idade (43%), não-brancas (66,2%), solteiras (66,0%), procedentes de áreas urbanas (95%), com ensino fundamental incompleto (56%), acusadas por de crimes vinculados ao tráfico de drogas.

Por falta de vagas em presídios exclusivamente femininos, muitas ficam por anos em unidades mistas, em condições precárias e que não asseguram o acesso à saúde, à educação e a demais modalidades de assistências previstas em lei.

Consulte a lista completa de convidados para a reunião.