As dificuldades dos produtores de eucalipto diante da crise, a cadeia produtiva do setor, preços e logística. Em resumo, são esses os assuntos que a Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pretende discutir com representantes do setor em audiência pública nesta terça-feira (13/6/17).

A deputada Rosângela Reis (Pros), que solicitou a reunião, a se realizar às 9h30, no Plenarinho II, quer reunir os produtores, representantes de entidades do setor, além de integrantes de universidades, do Governo do Estado, entre outros.

Segundo a parlamentar, com a recessão econômica, muitos produtores amargaram prejuízos com a venda de eucalipto para a indústria. E não puderam ajustar a produção, já que o eucalipto leva, no mínimo, seis anos para estar em condições de corte. “Minas é o principal produtor de eucalipto nacional e precisamos de alternativas para essa cadeia produtiva”, afirmou.

Redução do plantio - O plantio de florestas no Estado vem caindo. Os dados mais recentes mostram que houve uma redução de pelo menos 30% nesse plantio entre os anos de 2014 e 2015. A diminuição da demanda por ferro-gusa, carvão e ferro-liga fez a siderurgia entrar em retração, afetando o plantio de florestas destinadas a essa cadeia produtiva.

Dados do IBGE dão conta de que Minas Gerais é o Estado com maior área plantada de eucalipto no Brasil, com 1,7 milhão de hectares. Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, as plantações florestais estão presentes em 300 municípios e ocupam 2,1% da área mineira, respondendo sozinhas por 23% da produção nacional, para atender a produção de carvão vegetal, celulose, lenha e móveis.

A Associação Mineira de Silvicultura (AMS) afirma que a cadeia produtiva florestal emprega em Minas 731 mil pessoas e representa hoje 7% do PIB estadual, agregando R$ 3,8 bilhões em exportações.

O Estado tem 60 indústrias de ferro-gusa, quatro siderúrgicas integradas, oito empresas de ferro-ligas, 30 empresas de madeira imunizada, 7,3 mil pequenas empresas de móveis e centenas de serrarias. Ainda assim, Minas apresenta um déficit de 50% de madeira para atender suas necessidades, principalmente para produzir carvão e celulose.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Cláudio Coutinho Leitão, está entre os convidados para a reunião. Consulte a lista de completa de convidados.