Crise reduz recursos da Associação Mineira de Reabilitação
Nos últimos dois anos, instituição filantrópica registra queda de 90% da arrecadação obtida por meio de doações.
30/05/2017 - 12:36 - Atualizado em 30/05/2017 - 14:44O presidente da Associação Mineira de Reabilitação (AMR), Sérgio Belisário, afirmou, aos deputados da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que a instituição filantrópica vem sofrendo com a queda significativa na captação de recursos em razão da crise econômica.
O relato foi feito em visita ao local, realizada manhã desta terça-feira (30/5/17), a pedido do presidente da comissão, deputado Duarte Bechir (PSD).
De acordo com Belisário, as perdas chegam a 90% desde 2015. A crise econômica teria afastado empresas públicas e privadas, que geravam até R$ 1,5 milhão em recursos para a AMR. “Isso é um problema enfrentado pelas instituições filantrópicas em todo o Estado”, lamentou.
Ele explicou que, diante disso, a associação tem criado alternativas para superar o problema, tais como a comercialização do estacionamento e a realização de bazares, bingos e outros eventos para arrecadação de fundos. Essas ações, no entanto, não têm sido suficientes para, por exemplo, aumentar o número de vagas e expandir o atendimento.
Trabalho é reconhecido mundialmente
O presidente da AMR disse aos deputados que a instituição recebe, hoje, 512 crianças e adolescentes carentes e conta com 135 empregados e 315 voluntários. Segundo ele, o público atendido é composto de pessoas com deficiência física de origem cerebral até os 18 anos de idade. “Todo o serviço é 100% gratuito. Para tanto, fazemos uma triagem criteriosa, que faz da AMR um case de sucesso mundial”, ressaltou.
A associação oferece plano de alimentação e higienização, fisioterapia, musicoterapia, odontologia, psicologia, esporteterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e produção de órteses e próteses. A maioria das crianças atendidas são da Região Metropolitana de Belo Horizonte e o índice de assertividade do trabalho é considerado o mais bem-sucedido do País.
“Além de novas formas de captação (de recursos), precisamos de ajustes na legislação, que muitas vezes restringe o trabalho. A prefeitura da Capital nos cobra como se fôssemos um hospital, o que encarece o atendimento e reduz o número de crianças contempladas”, cobrou Sérgio Belisário.
Encaminhamento – Os deputados Duarte Bechir e Nozinho (PDT), que acompanharam a visita, consideraram a atividade proveitosa e reconheceram o trabalho da AMR como sério e vitorioso. Para ambos, é necessário que se façam novas parcerias com o poder público e a iniciativa privada para que seja retomada a arrecadação e, consequentemente, estimulado o aumento no número de vagas.
“Vamos realizar uma audiência pública na ALMG para buscarmos equacionar as ações. A associação desenvolve um atendimento de excelência e não pode ser prejudicada”, concluiu o deputado Duarte Bechir.