Repressão a estudantes na ditadura será lembrada no Plenário

Reunião homenageia participantes do III Encontro Nacional dos Estudantes, em 1977, reprimidos pelos militares.

26/05/2017 - 12:21

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizará Reunião Especial de Plenário para homenagear a resistência estudantil que, há 40 anos, lutou contra a repressão ao III Encontro Nacional dos Estudantes (ENE). O evento atende a requerimento dos deputados Cristiano Silveira (PT), Durval Ângelo (PT), Rogério correia (PT) e Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e acontecerá na próxima quinta-feira (1°/6/17), às 20 horas.

De acordo com o deputado Cristiano Silveira, presidente da Comissão de Direitos Humanos, na época o Brasil passava por um momento difícil, a ditadura militar, e os estudantes lutaram bravamente por democracia.

“Tivemos um golpe de estado e os estudantes tiveram um papel importante na resistência. Por isto, vamos homenager os estudantes de ontem e de hoje que lutavam e ainda lutam por democracia no País”, afirmou Cristiano Silveira.

Para o deputado Durval Ângelo, a edição do ENE em 1977 é um marco na luta pela redemocratização do País. “O encontro precisa ser lembrado e homenageado, principalmente neste momento no qual a democracia brasileira está altamente abalada”, destacou.

História – O III Encontro Nacional dos Estudantes estava programado para acontecer no dia 4 de junho de 1977, na Escola de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. As forças militares que apoiavam a ditadura impediram a realização do evento, fazendo uma dura repressão contra os estudantes.

Caravanas que estavam programadas para vir para a Capital foram impedidas de sair dos seus estados de origem, enquanto as que já estavam a caminho tiveram o acesso ao local do evento negado.

No dia programado para o evento, as ruas de Belo Horizonte foram tomadas por um ostensivo aparato policial, com tropas de choque, polícia montada, cães, camburões com sirenes ligadas e cenas públicas de intimidação.

No dia 3 de junho de 1977, véspera do evento, o Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Medicina da UFMG foi ocupado por cerca de 400 universitários mineiros, e o prédio da Instituição foi cercado pelas forças militares. Após o cerco, o saldo final foi de 800 pessoas presas.