Apesar dos problemas, a escola ainda é a principal referência de ensino para alunos dos bairros Amarante, Nova Baden e Jardim Cruz, em Betim
Ivair Nogueira informou que a nova sede está prevista pelo Governo do Estado em um programa de PPPs

Comissão constata situação precária de escola em Betim

Degradação do piso, de paredes e das instalações elétricas são alguns dos problemas estruturais da unidade.

24/05/2017 - 19:27

Construída em caráter emergencial na década de 1980 e projetada para atender a comunidade local por apenas cinco anos, a Escola Estadual Cândido Portinari, em Betim (RMBH), ainda é a principal referência de ensino para alunos dos bairros Amarante, Nova Baden e Jardim Cruz, mesmo com as precárias condições estruturais da unidade.

Em visita à escola nesta quarta-feira (24/5/17), o deputado Ivair Nogueira (PMDB), representando a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), constatou as dificuldades enfrentadas diariamente por professores e alunos.

A escola foi construída em 55 dias, em 1986, de forma improvisada. O projeto não previa pilares de sustentação e a pavimentação do pátio, e havia apenas uma cerca em volta da unidade construída. A própria comunidade se juntou, em mutirões, para plantar árvores, erguer um muro e auxiliar na manutenção da infraestrutura.

Apesar dos pequenos avanços, os mais de 650 alunos e os 68 funcionários ainda convivem com rachaduras na parede e no piso, instalações elétricas e hidráulicas improvisadas, vidros quebrados e avarias no forro do teto.

Outros problemas são as telhas de amianto distribuídas por toda a escola, as salas de aula pequenas (muitas delas sem cortina) e a falta de cobertura para a quadra esportiva, fatores que contribuem para o aquecimento do ambiente, uma das principais reclamações dos estudantes.

O terreno irregular, a falta de laboratórios, bebedouros quebrados, madeiras corroídas e trincas no muro também contribuíram para que a Defesa Civil do município confirmasse, em laudos, as péssimas condições das instalações da escola.

Solução seria construção de nova sede

A solução passa pela construção de uma nova sede, em um terreno vizinho de 6 mil m² doado pela prefeitura em 2013. No entanto, ainda não há qualquer previsão para o início das obras, conforme relatou o representante do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER-MG), Henrique Coutinho, na visita.

Ele afirmou ter ficado sensibilizado com a situação das pessoas que dependem da escola, mas que o órgão apenas executa as demandas que recebe. No caso, a Secretaria de Estado de Educação é que deveria solicitar a construção do novo prédio, o que ainda não foi feito.

Segundo o deputado Ivair Nogueira, há 12 anos, por meio de um convênio entre a prefeitura e o Estado, foram disponibilizados cerca de R$ 1 milhão para a mudança da sede. No entanto, um projeto “faraônico”, como definiu o deputado, relacionado também às obras de outra escola estadual, exigia mais do que o orçamento previsto e, assim, a quantia foi devolvida, sem nada ter sido gasto.

Ivair Nogueira informou que a sonhada nova sede está prevista em um programa de parcerias público-privadas (PPPs) que o Governo do Estado planeja para a construção e a manutenção de escolas. O parlamentar pretende que essa obra seja priorizada pelo Executivo, mesmo que as parcerias não sejam levadas adiante.

Escola é o único espaço multiuso da região

Carmem Lúcia Braz, diretora da Escola Cândido Potinari, e Ademar Souza, membro da Associação de Pais, Educadores, Alunos e Amigos das Creches e Escolas de Betim, ressaltaram que as deficiências estruturais trazem prejuízo para toda a comunidade, uma vez que ela ainda é, apesar de todos os problemas, o único espaço multiuso na região.

“A escola não possui condições mínimas para oferecer atividades físicas e culturais. Os jovens perdem essa oportunidade”, disse Ademar. A diretora Carmem Lúcia, além de ratificar que a atual estrutura não aguenta mais intervenções, também lembrou que a situação da escola favorece atos de vandalismo, fragilizando a segurança dos alunos.

Essa foi, por sinal, a principal queixa apresentada pela estudante Roberta Machado, do 8º ano. Com os buracos nas paredes e as aberturas entre os vidros, ainda ocorre, segundo ela, o roubo de materiais, mesmo com as câmeras de segurança instaladas – algumas nem estão mais funcionando.

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