No programa, Humberto Werneck presta tributo ao escritor Murilo Rubião, fundador do Caderno Literário

Memória & Poder entrevista o escritor Humberto Werneck

Programa da TV Assembleia estreia neste sábado (18), às 20 horas.

15/02/2017 - 19:20

Um advogado que nunca exerceu a profissão; um escritor que traiu a literatura com o jornalismo; um mineiro não praticante. Este é o perfil do escritor e jornalista Humberto Werneck, 72 anos, entrevistado do primeiro Memória & Poder de 2017. O programa estreia neste sábado (18/2/17), às 20 horas, na TV Assembleia.

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Um dos nomes mais conhecidos da chamada "Geração suplemento" - formada por escritores que passaram pela redação do Suplemento Literário, caderno dedicado à literatura que há 50 anos é publicado no Diário Oficial de Minas Gerais -, Werneck é autor de mais de 20 livros entre crônicas, romances e biografias.

No programa Memória & Poder, ele descreve a redação do Suplemento, fala sobre o contato com outros escritores e presta um generoso tributo a Murilo Rubião, fundador do caderno: “Foi o primeiro a me reconhecer, realmente, como escritor. Murilo foi uma daquelas pessoas cujo o encontro muda a sua vida”.

Da infância passada na Granja Werneck (região Norte de Belo Horizonte) rodeada por primos, às lembranças das primeiras turmas do então recém-inaugurado Colégio Estadual Central, Werneck mescla o relato de sua vida com um detalhado retrato da Belo Horizonte dos anos 1950 e 60, marcada, segundo ele, pelo conservadorismo. “Saí daqui em 1970, num ônibus da viação Cometa, indignado com a cidade. E costumo dizer que Belo Horizonte melhorou muito depois que saí”, brinca.

A mesma cidade criticada serviu de inspiração e cenário para um dos seus livros mais famosos: "O desatino da rapaziada", publicado no início dos anos 1990 e que narra a relação entre a atividade jornalística e a literária na capital no século 20.

“Você vai envelhecendo e começa a voltar para os universos mais profundos da sua existência. Minas Gerais me ocupa muito mais do que aquele jovem que saiu indignado achava que ocuparia”, reflete Werneck.

Depois de se mudar para São Paulo, enveredou pelo jornalismo, passando pelas principais revistas do País, como Veja, Isto É e Playboy. Hoje, Werneck se dedica a narrar o cotidiano em crônicas no jornal O Estado de São Paulo.

“Cheguei às redações num tempo em que o jornalismo era chamado a ser impessoal. Mas logo comecei a caminhar para a subjetividade, porque não há, não houve e nem haverá ninguém com seu olhar. É o seu olhar que te singulariza, que te distingue. Por que abdicar disso?”.

Reprises: O programa Memória e Poder tem reprises no domingo (19) às 15h30; segunda-feira (20), à meia-noite, e na terça-feira (21), às 21 horas.