João Leite reclamou do parcelamento dos salários de servidores do Executivo
Doutor Jean Freire elogiou a atuação da Fundação Ezequiel Dias
Rogério Correia defendeu o aumento da contribuição dos mais ricos
Paulo Guedes declarou que a reforma da Previdência vai aumentar o êxodo rural
André Quintão propôs a taxação de dividendos das empresas
Sargento Rodrigues criticou cerimônia de entrega de viaturas no Sul de Minas

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 15/2/17

Febre amarela, previdência e segurança pública foram temas tratados pelos deputados nos pronunciamentos em Plenário.

15/02/2017 - 17:53

Febre amarela I
O deputado João Leite (PSDB) acusou o governo estadual de promover uma gestão divorciada dos anseios da população. Segundo o parlamentar, apesar de a equipe comandada por Fernando Pimentel insistir que não há problemas no Estado, na verdade ainda são vários os desafios. Ele criticou, por exemplo, o parcelamento dos salários de grande parte dos servidores e o surto de febre amarela em Minas. De acordo com João Leite, já houve mais de uma centena de mortes causadas pela doença em Minas Gerais. Em apartes, Carlos Pimenta (PDT) informou que estudos epidemiológicos indicam que está previsto para o mês de maio o pico de disseminação do vírus da febre amarela e Antônio Jorge (PPS) conclamou os colegas a se unirem pela instalação de uma comissão especial para analisar o tema. Em último aparte, Coronel Piccinini (PSB) se queixou do tratamento dispensado a militares reformados e da reserva em cerimônia do Executivo realizada em Lavras (Sul de Minas).

 

Febre amarela II
O deputado Doutor Jean Freire (PT) destacou que os parlamentares governistas jamais afirmaram que o Estado não tem problemas. Ele cobrou responsabilidade de todos ao se discutir o surto de febre amarela e informou que o governo estadual montou um grupo de trabalho para produzir relatórios epidemiológicos diários. Citou ainda dados oficiais de que há, no Estado, a confirmação de 69 mortes provocadas pela doença. “Não é verdade que a febre amarela já causou 170 mortes, como se disse aqui”, criticou. Para o deputado, o problema está regredindo. Por fim, Doutor Jean Freire elogiou a atuação da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e rebateu críticas à decisão da fundação de suspender a produção de soro antiofídico. “Ela parou há um mês para readequar o local de produção. Foi uma paralisação programada, em coordenação com o Instituto Butantan, em São Paulo”, informou o deputado.

 

Previdência I
O deputado Rogério Correia (PT) criticou a reforma da Previdência defendida pelo governo federal. Ele lembrou ter participado, na manhã desta quarta-feira (15), de um ato promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetaemg) contra a proposta. O parlamentar avaliou que, com o objetivo de combater a crise, o governo aposta em três medidas que, na verdade, transferem para os menos favorecidos a responsabilidade pelo desequilíbrio das contas públicas: as reformas trabalhista e da Previdência e a PEC que limitou por 20 anos o aumento dos gastos federais. O deputado também censurou o governo por não propor nenhuma ação que preveja a contribuição dos mais ricos, como a taxação de grandes fortunas. Rogério Correia considerou a mobilização popular como a grande esperança de que as reformas propostas não avancem no Congresso Nacional. Ele informou que as centrais sindicais marcaram uma paralisação nacional para o dia 15 de março.

 

Previdência II
O deputado Paulo Guedes (PT) também comentou a reforma da Previdência, com especial ênfase na situação dos trabalhadores do campo. Parabenizando a mobilização promovida pela Fetaemg, ele classificou as mudanças sugeridas pelo governo federal como uma afronta a essas pessoas, ao estabelecerem que elas contribuam para o INSS da mesma forma que as outras categorias. “São trabalhadores sem hora para acordar e para dormir, que têm como caneta a enxada. A agricultura familiar é responsável por 70% do que o País produz”, salientou. Na opinião do parlamentar, a reforma proposta vai acarretar no aumento do êxodo rural, que trará graves consequências para as cidades. Em aparte, Doutor Jean Freire afirmou que a reforma, que classificou como um desmonte da Previdência, vai penalizar quem mais precisa. Também em aparte, Carlos Pimenta declarou ser contra qualquer tentativa de colocar o reequilíbrio das contas nas costas dos trabalhadores.

 

Liderança
O deputado André Quintão (PT) informou que assume, a partir desta quarta-feira (15), a liderança do Bloco Minas Melhor, de apoio ao governo. Ele ressaltou que pretende, em conjunto com os parlamentares do bloco, realizar um trabalho sintonizado com os desafios que o momento exige. No seu entender, o governo de Fernando Pimentel, apesar das dificuldades, tem enfrentado com ousadia e determinação a crise, ao focar suas ações na redução das desigualdades regionais, na valorização dos servidores e na manutenção de políticas públicas prioritárias. “Queremos fortalecer o diálogo com a população e os movimentos sociais”, destacou. O deputado também criticou as reformas trabalhista e da Previdência, assim como a limitação do crescimento dos gastos públicos federais. Ele foi mais um a cobrar que as classes mais favorecidas também contribuam para o equacionamento das contas. Uma das medidas propostas pelo deputado foi a taxação de dividendos das empresas.

 

Segurança pública
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) afirmou que ninguém quer crise em Minas Gerais, mas que a atuação de Fernando Pimentel tem sido preocupante, principalmente no que se refere à segurança pública. Ele disse ter recebido mensagens eletrônicas de diversos bombeiros e policiais militares reformados e da reserva indignados com a atitude do governador em recente visita à cidade de Lavras, onde foram entregues novas viaturas para a região. “Esses bombeiros e policiais foram impedidos de entrar no 8º Batalhão. Tem sido assim, em todo lugar que o governador vai, ele permanece em um lugar fechado para evitar as vaias e protestos”, criticou. Essa insatisfação, segundo ele, é resultado do parcelamento de salários do funcionalismo e da falta de reposição da inflação nos últimos dois anos. “Esse governo está massacrando os servidores da segurança pública”, concluiu Sargento Rodrigues.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.