Para João Leite, o povo mineiro assiste à decadência da infraestrutura do Estado
Carlos Pimenta (PDT) criticou o regime de urgência que limita a discussão da medida
Para Cristiano Silveira, mineiros já se arrependem por manifestações contra Dilma

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 6/12/16

Deputados divergem sobre necessidade de decretação de calamidade financeira pelo Executivo.

06/12/2016 - 19:56

Decreto I
O deputado João Leite (PSDB) criticou o governador e seu partido, que, segundo ele, não souberam administrar as finanças públicas, tanto em nível estadual quanto federal. O parlamentar lembrou que o mesmo partido que agora pede a decretação de calamidade financeira era crítico com relação ao choque de gestão feito nas administrações anteriores, que possibilitou inúmeras realizações, apesar da falta de colaboração do Governo Federal. “O PT isolou Minas Gerais”, acusou. Agora, segundo João Leite, o povo mineiro vê a decadência da infraestrutura do Estado, citando como exemplos a paralisação das obras de duplicação da BR-381 e a estagnação do metrô. “A herança petista é dura, e os estados estão sofrendo”, emendou. Diante das dificuldades financeiras, o deputado criticou ainda a previsão de gastos no Orçamento de R$ 97 milhões com propaganda em 2017. “O governo arrecadou mais, mas gastou mais ainda e gastou mal”, afirmou.

 

 

Decreto II
Ainda sobre o decreto de calamidade financeira, o deputado Carlos Pimenta (PDT) criticou o regime de urgência que limita o tempo de discussão da medida entre os parlamentares. “Ao aprová-la, Minas vai dar ao país um atestado de incompetência em gerir seus recursos e assim afastar novos investimentos”, lamentou. Segundo ele, quando Fernando Pimentel assumiu, queixou-se de uma “herança maldita”, mas usou de artifícios para aumentar a arrecadação, como o sequestro de depósitos judiciais, a venda da folha de pagamento dos servidores e a participação na repatriação de recursos do exterior. “Mas agora acabaram os milagres. Queria mais explicações sobre o que vai ser feito, mas teremos que votar tudo em 48 horas”, completou. O parlamentar lembrou ainda a aprovação pelo Plenário de dois projetos de sua autoria, declarando como patrimônio cultural a Festa do Biscoito de Japonvar (Norte) e a Vesperata de Diamantina (Central).

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.

 

 

Crise
Cristiano Silveira (PT) rebateu as críticas ao governador, lembrando que a atual situação financeira do Estado é fruto da crise econômica internacional e da crise política interna, que inclusive impediu a presidente Dilma de tomar as medidas necessárias para tentar reverter a trajetória de queda nos indicadores do país. Na avaliação do parlamentar, o único erro de Pimentel foi não ter tomado esta decisão antes. Ele disse ainda que a maioria dos mineiros já se arrependem pelas manifestações contra a presidente Dilma. “Eles protestaram, vieram as consequências e agora protestam contra elas”, apontou. Por fim, o parlamentar lembrou a aprovação de projeto de sua autoria que prevê a melhoria do acompanhamento escolar pelos pais com a ajuda da Internet. Em aparte, Gustavo Valadares (PSDB) propôs que assim que for quitado o 13º do salário dos servidores do Executivo seja revogado o decreto de calamidade financeira.