Reunião preparatória para organizar evento foi realizada nesta terça-feira (29)

Assembleia prepara Agenda das Mulheres 2017

Bancada feminina e sociedade civil organizam uma série de eventos para marcar Dia Internacional da Mulher.

29/11/2016 - 14:52

Começou nesta terça-feira (29/11/16) a organização dos eventos que vão marcar o Dia Internacional da Mulher, em 2017, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A bancada feminina no Legislativo, em parceria com diversas entidades da sociedade civil, vai definir a Agenda das Mulheres, que será um calendário de atividades com evento de abertura na semana do dia 8 de março. Na ocasião, será apresentado o relatório final da Comissão Extraordinária das Mulheres, que existe na Assembleia desde março de 2015.

Logo após o lançamento da agenda, deverão ser realizadas quatro audiências públicas no interior do Estado, com discussões relacionados à proteção da mulher, educação, empoderamento feminino e prevenção à violência. Em abril, um ciclo de debates na ALMG fechará a programação.

Na reunião desta terça (29), representantes de dezenas de entidades sugeriram temas e algumas cidades para sediar as audiências. Na opinião da deputada Rosângela Reis (Pros), que coordenou o encontro, um dos eixos centrais da discussão deverá ser o papel da educação para mudar comportamentos e formar uma consciência pela não violência contra a mulher. 

Maria Geralda de Souza, dos movimentos de luta pela reforma agrária, fez um apelo para que um dos encontros seja no Vale do Jequitinhonha, de forma que as mulheres vítimas de violência nos quilombos e nos assentamentos sejam ouvidas. Já Denise de Paula, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE), pediu atenção especial para retomar a discussão de gênero nas escolas mineiras.

Outras participantes enfatizaram a necessidade de focar em questões específicas das mulheres negras, destacaram a importância de rever a "institucionalização do machismo" e também avaliaram que seria importante convidar os homens a participar do debate. 

Prevenção - Sandra Rondi, representante da Igreja Batista Getsemani, lembrou que é fundamental discutir a prevenção da violência contra a mulher, combatendo as dependências químicas. "Nossa experiência na recuperação de dependentes químicos mostra que a maioria dos agressores está sob efeito de álcool ou drogas. Prevenir essa dependência é prevenir também a violência doméstica", alertou.

Já Margareth Dionísia Costa, do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol), acredita que a informação é uma poderosa arma de combate à violência, inclusive no ambiente de trabalho. "A maior parte das mulheres não sabe dos seus direitos, não sabe como ou onde reclamar", enfatizou ela, que milita na defesa das mulheres há mais de 20 anos.

Pauta extensa é desafio para organizadoras

Diante dos vários temas levantados durante a reunião e que devem pautar as comemorações do Dia da Mulher, a presidente do Movimento Popular da Mulher (MPM-BH), Maria Izabel Ramos de Siqueira, enfatizou: "Quando nos encontramos, vivemos essa aflição por querer colocar todos os assuntos na mesa. São tantas necessidades, que ficamos angustiadas". 

Entre outras reivindicações, ela cobrou dos deputados mineiros a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/15, cuja primeira signatária é a deputada Arlete Magalhães (PV), e que assegura a presença de ao menos uma mulher na Mesa da Assembleia. A deputada Rosângela Reis informou que o presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (PMDB), comprometeu-se a colocar a proposta na pauta do Plenário ainda este ano. 

Para prosseguir na organização dos eventos que vão marcar o Dia Internacional da Mulher está marcada uma nova reunião preparatória, na próxima terça-feira (6/12), às 9 horas, na sala de reuniões da Gerência-Geral de Projetos Institucionais da Assembleia.