Parlamentar afirma que flanelinhas de BH cobram dos motoristas para garantir estacionamento - Arquivo/ALMG

Atuação de lavadores e guardadores de carro motiva debate

Deputados vão receber cidadã agredida por flanelinha na região da Savassi, em Belo Horizonte, no dia 23 de abril.

29/04/2016 - 11:13 - Atualizado em 29/04/2016 - 16:46

A presença clandestina de lavadores e guardadores de carros, conhecidos como flanelinhas, em Belo Horizonte, será debatida em audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (3/5/16). A reunião, marcada para as 9 horas, no Plenarinho I, atende a pedido do presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), que quer que sejam tomadas as providências cabíveis para o combate a este tipo de atuação.

De acordo com o parlamentar, matéria do jornal Estado de Minas do dia 16 de fevereiro mostra que, apesar de o número de lavadores e guardadores de veículos cadastrados na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) estar diminuindo, o que se vê nas ruas da cidade é a atuação clandestina de inúmeros flanelinhas. Para Sargento Rodrigues, na prática, o número de flanelinhas não parece ser menor, com clandestinos agindo em praticamente todas as ruas de regiões como Centro, Savassi, Santo Antônio e Funcionários, onde gerenciam vagas para carros, motos e cobram até mensalidades, o que seria ilegal.

“Muitos cobram R$ 7 para garantir o estacionamento por mais de uma hora nas localidades identificadas como estacionamento rotativo e, ocorrendo fiscalização, cobram mais R$ 5 pelo tíquete, que custa R$ 3,80 nos pontos de venda credenciados”, ressalta. Ainda segundo o deputado, os moradores da Capital informam que os lavadores e guardadores de carros se apresentam com crachás, com letras pequenas, e camisas identificadas com a palavra “segurança”, sem qualquer indicativo de que estejam vinculados à PBH.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estacionamentos, Garagens, Lava-jatos, Lavadores, Guardadores e Manobristas Autônomos do Estado de Minas Gerais, Martin dos Santos, aponta que a falta de fiscalização e a redução de vagas sujeitas a cadastramento em Belo Horizonte são as principais causas da redução da procura de cadastro desses profissionais.

Agressão – A comissão vai ouvir, também, a fisioterapeuta Janine de Cassia Damasceno Lima Roma, que, no dia 23 de abril, foi agredida por um flanelinha na região da Savassi. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, ela foi abordada por Vicente Ângelo Custódio, de 72 anos, que exigiu o pagamento de R$ 5, mas foi negado. A vítima teria discutido com o homem, que ameaçou esvaziar seus quatro pneus. Ao descer, a motorista avisou ao idoso que o denunciaria, já que ele era cadastrado na PBH. Diante da ameaça, o flanelinha retirou um objeto de dentro da bolsa e golpeou o braço esquerdo da vítima.

Convidados – Foram convidados para a reunião a chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Andrea Claudia Vacchiano; o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, cel. PM Marco Antônio Badaró Bianchini; o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt; o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Araújo de Lacerda; o secretário Municipal de Segurança Urbana e Patrimonial de Belo Horizonte, Hélio dos Santos Júnior; o presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Ramon Victor César; o comandante da Guarda Municipal de Belo Horizonte, Rodrigo Sérgio Prates; e Janine de Cassia Damasceno Lima Roma, vítima de violência praticada por guardador de carros em Belo Horizonte.