Na reunião, foi lido ofício a ser encaminhado ao presidente Adalclever Lopes, repudiando o ocorrido e solidarizando-se com o deputado Sargento Rodrigues

Oposição se solidariza com parlamentar barrado em homenagem

Deputados pedem que ALMG externe seu repúdio ao ocorrido em Ouro Preto durante entrega da Medalha da Inconfidência.

26/04/2016 - 18:59

A Reunião Ordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta terça-feira (26/4/16) foi marcada por manifestações de parlamentares que se solidarizaram com o deputado Sargento Rodrigues (PDT). O parlamentar denuncia ter sido impedido, pela Polícia Militar, de ter acesso à Praça Tiradentes, em Ouro Preto (Região Central do Estado), no feriado do último dia 21, durante o ato de entrega, pelo Governo do Estado, da Medalha da Inconfidência a diversas personalidades.

Na reunião, o líder da Minoria, deputado Gustavo Valadares (PSDB), leu ofício a ser encaminhado ao presidente da Casa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), repudiando o ocorrido, solidarizando-se com o parlamentar pedetista e solicitando providências legais por parte do Legislativo estadual.

Os deputados que assinam o documento solicitam que a Presidência “externe publicamente o repúdio do Poder Legislativo em relação aos lamentáveis fatos” ocorridos em Ouro Preto, quando “um parlamentar em exercício de mandato nesta Casa, foi arbitrariamente impedido de se aproximar do local do evento sem qualquer justificativa plausível”. Os parlamentares pedem “rigorosa apuração dos fatos e, se for o caso, punição dos responsáveis”. Além do líder da Minoria, referendam a carta 16 parlamentares de oposição.

Entre as manifestações no Plenário de apoio a Sargento Rodrigues estava também o deputado Arnaldo Silva (PR), cujo partido é da base de sustentação do Governo do Estado. Ele lembrou que já foi também impedido de visitar duas escolas estaduais na cidade de Prata (Triângulo Mineiro). Por essa razão, o deputado do PR também recebeu apoio de vários colegas.

O deputado Carlos Pimenta (PDT) foi o primeiro a se manifestar, solidarizando-se com o colega de partido, segundo ele, barrado de forma truculenta pela Polícia Militar. Ele propôs uma moção de repúdio à forma como Sargento Rodrigues foi tratado e questionou os critérios usados pelo Governo do Estado para permitir acesso ao local da homenagem. Na sequência, falaram os deputados Gustavo Corrêa (DEM), João Vítor Xavier (PSDB), Gustavo Valadares, João Leite (PSDB), Noraldino Júnior (PSC) e Gil Pereira (PP).

Todos criticaram o tratamento dispensado ao deputado Sargento Rodrigues, que afirmou ter sido alvo de jatos de spray de pimenta pela PM. Eles condenaram, também, o fato de alguns militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estarem credenciados para participarem do ato e circularem livremente no local da homenagem.

Ultraje - Na fase destinada aos oradores, o deputado Sargento Rodrigues, em apartes aos pronunciamentos dos colegas, agradeceu o apoio e disse que se sentiu “ultrajado na condição de cidadão”. Lembrou que estava acompanhado de um grupo de militantes que protestavam pacificamente contra o parcelamento de salários de servidores, disse que a praça é lugar de todos, desde a Grécia antiga e que o que aconteceu com ele se configura uma grave violação de direitos humanos e do direito constitucional de ir e vir.

A exemplo de outros deputados, Sargento Rodrigues também criticou a diferença de tratamento dispensado a ele em oposição ao dado aos militantes da CUT e do MST. Reforçou que vai cobrar providências da Casa, considerando que o fato representa não apenas uma ofensa a ele como parlamentar, mas ao Parlamento como um todo.

Ao final da reunião, o deputado Bonifácio Mourão (PSDB) voltou a tocar no assunto, também se solidarizando com Sargento Rodrigues e criticando a postura da PM e do Governo do Estado.

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