Os deputados Sargento Rodrigues e João Leite formalizaram denúncia na Polícia Federal e, em seguida, no Ministério Público

Deputados condenam reforço na guarda pessoal do governador

Parlamentares fazem denúncia na Polícia Federal e no Ministério Público contra ato que consideram obstrução da Justiça.

05/02/2016 - 18:40 - Atualizado em 11/02/2016 - 12:07

Em visita na tarde desta sexta-feira (5/2/16) à Superintendência Regional da Polícia Federal e à Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público do Estado, o presidente e o vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), respectivamente, deputados Sargento Rodrigues (PDT) e João Leite (PSDB), protocolaram denúncia contra medida supostamente adotada pelo governador Fernando Pimentel.

Segundo os parlamentares, desde os dias 24 ou 25 de janeiro, 23 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar teriam sido desviados de função para reforçar a segurança pessoal do governador e sua esposa, no Palácio da Liberdade e na residência oficial, o Palácio Mangabeiras.

A medida, de acordo com o deputado Sargento Rodrigues, teria o objetivo de obstruir investigações da Polícia Federal e retardar a ação da Justiça no cumprimento de eventuais mandados judiciais contra o governador e sua esposa, investigados na chamada Operação Acrônimo, da PF. Conforme explicou o parlamentar, informações “de fonte fidedigna” garantem que, ao reforçar a guarda pessoal de Pimentel com policiais do Batalhão de Choque, a chefia do Gabinete Militar do Governador teria emitido ordem para que os policiais “não impedissem, mas retardassem” a entrega de eventuais mandados judiciais, de forma que o governador pudesse ser previamente informado do fato.

Na opinião do deputado, além de crime militar, por envolver o Gabinete Militar do Governador, a atitude se configuraria como crime de improbidade administrativa, já que o governador estaria utilizando recursos públicos e a logística do Estado para se beneficiar pessoalmente. “Este fato nos causa estranheza na medida em que, na Polícia Militar de Minas Gerais, existe o Batalhão de Polícia de Guardas, a quem cabe a guarda de diversos prédios públicos, entre eles os Palácios da Liberdade e Mangabeiras, e a proteção de autoridades", afirmou Rodrigues.

Na Polícia Federal, os dois parlamentares foram recebidos pelo superintendente regional, Sérgio Barboza Menezes, e, no Ministério Público, pelo promotor de Justiça e coordenador da 17ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Geraldo Ferreira da Silva.

Em nota, a assessoria do Gabinete Militar do Governador informou que "o emprego de efetivo policial destinado à segurança dos Palácios do Governo - Tiradentes, Liberdade e Mangabeiras – tem embasamento legal e é disposto conforme planejamento específico".