Deputados consideraram como bons os avanços alcançados desde a última visita ao local em 30 de novembro
Parlamentares também se reuniram com representantes da empresa nesta quinta (29)

Obras de reforço em barragens da Samarco estão quase prontas

Parlamentares visitaram a empresa pela terceira vez com o objetivo de acompanhar os trabalhos na mina Germano.

29/12/2015 - 22:34 - Atualizado em 30/12/2015 - 13:00

Os deputados da Comissão Extraordinária das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitaram, na tarde desta terça-feira (29/12/15), a Mina Germano, da Samarco Mineração S/A, no município de Mariana (Região Central do Estado). Foi a terceira visita do grupo ao local com o objetivo de acompanhar as providências da empresa na mitigação dos danos causados após o rompimento da barragem do Fundão, em novembro, e para evitar novos acidentes. Os parlamentares consideraram que bons avanços foram alcançados desde a última visita, em 30 de novembro, principalmente no que diz respeito ao reforço dos diques.

“Havia um grande risco de rompimento das barragens de Santarém e Germano e as obras de segurança para evitar isso andaram bem”, disse o deputado Rogério Correia (PT), autor do requerimento que deu origem à visita e relator da comissão. As obras de reforço foram consideradas necessárias após se verificar que um dos diques que sustenta a barragem de Germano, o dique de Selinha, estava com uma rachadura. De acordo com o parlamentar, os representantes da empresa que os receberam disseram que a previsão de término dessas obras é de dez dias, o que seria antes do previsto no início dos trabalhos.

Por outro lado, Rogério Correia considerou que do ponto de vista da mitigação dos danos sociais, o essencial ainda não teria sido feito e estaria em atraso. “Ainda não foi nem definido o local onde serão construídas as novas casas para as famílias de Bento Rodrigues (distrito de Mariana destruído pela lama liberada no rompimento da barragem)”, disse. De acordo com a Samarco, 351 famílias do distrito estariam morando em casas alugadas pela empresa enquanto a solução definitiva não é encontrada. Quatro famílias estariam em hotel por opção das mesmas. Em Barra Longa (Zona da Mata), as casas afetadas já estariam, também segundo a empresa, sendo reformadas.

“Sanar os danos ambientais decorrentes do desastre será o mais demorado. Já solicitamos o acesso, para a Assembleia, ao planejamento global para saber o que vai de fato ser feito”, afirmou Rogério Correia. Alguns diques de contenção que devem evitar que a lama continue sendo drenada pelo rio já estariam sendo construídos, mas o prazo de término dessas obras seria apenas fevereiro. De acordo com a assessoria de imprensa da Samarco, outras medidas já estariam em estágio avançado. Das sete pontes destruídas, por exemplo, três já estariam refeitas e as demais ficariam prontas até o fim de janeiro.

Parlamentares garantem que vão continuar cobrando agilidade nas obras

O deputado Professor Neivaldo (PT) elogiou os avanços das obras, mas reforçou que a comissão não vai paralisar os trabalhos durante o período de recesso parlamentar para cobrar a maior agilidade possível no enfrentamento dos problemas. “A tragédia já aconteceu, mas vamos acompanhar o trabalho para que seus efeitos sejam amenizados o máximo possível”, disse.

O delegado regional de Ouro Preto (Região Central do Estado), Rodrigo Bustamante, que acompanha o caso, esteve presente na visita e reforçou que as obras não excluem o mal que já foi causado. “É prematuro falar em causas da ruptura da barragem sem os laudos periciais concluídos, mas todas as possibilidades serão devidamente analisadas”, disse.

Comissão - A Comissão Extraordinária das Barragens foi criada pela Assembleia de Minas após o rompimento da barragem do Fundão, para acompanhar as providências para recuperação dos danos causados, bem como discutir a situação de outras barragens do Estado. O desastre em Mariana liberou 32 milhões de metros cúbicos de lama com rejeitos de minério, que destruíram o povoado de Bento Rodrigues, mataram 19 pessoas, poluíram 663 quilômetros de três rios (Doce, Gualaxo do Norte e do Carmo) e arrasaram 1.469 hectares de vegetação.

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