Segundo Antônio Carlos Arantes (centro), no Regimento Interno em vigor não fica claro, por exemplo, se um projeto sobre inovação tecnológica deveria ser apreciado pela Comissão de Turismo

Nova Comissão de Turismo terá atribuições ampliadas em 2016

Com o novo Regimento Interno da ALMG, entra em cena em fevereiro de 2016 a Comissão de Desenvolvimento Econômico.

15/12/2015 - 11:56

Sai a Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo; entra a Comissão de Desenvolvimento Econômico, que terá suas atribuições ampliadas. Essa é uma das mudanças mais importantes, a partir da próxima sessão legislativa, em fevereiro de 2016, com a promulgação de mudanças no Regimento Interno (RI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ocorrida no último dia 1º de dezembro.

Essas mudanças constam da Resolução 5.511/15, publicada no Diário do Legislativo do dia seguinte. Ela altera a Resolução 5.176/97, que contém o Regimento Interno da Casa. Esse novo regimento foi lançado na última quinta-feira (10/12/15) pelo presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB).

De acordo com o artigo 102 do atual Regimento Interno da ALMG, são matérias de competência da Comissão de Turismo: a política e o sistema regional de turismo; o fomento da produção industrial, do comércio, do turismo e do cooperativismo; a política econômica, os planos e os programas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento integrado do Estado; e as relações internacionais que envolvam negociações nas áreas de turismo, indústria e comércio, bem como a participação no Mercado Comum do Sul (Mercosul) e em outros blocos econômicos.

Com o novo RI, são destacadas como competências da nova Comissão de Desenvolvimento Econômico: a repercussão econômica das proposições; a política econômica, os planos e os programas estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento do Estado; as políticas de incentivo ao desenvolvimento econômico; as políticas industrial, comercial, de serviços e de turismo; o cooperativismo e o associativismo produtivo; a microempresa, a empresa de pequeno porte e o empreendedor individual; a atividade econômica estatal; a inovação e a tecnologia aplicadas ao desenvolvimento econômico; e as matérias afetas às relações econômicas internacionais do Estado.

De acordo com a gerente-geral de Consultoria Temática da ALMG, Flávia Pessôa Santos, a alteração representou um ganho para a Assembleia Legislativa. Ela explicou que a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) aprecia projetos de ordem financeira sempre com a ótica do impacto para o Estado. "Faltava uma comissão que analisasse o impacto das proposições no setor econômico", relatou. Segundo a gerente-geral, a Comissão de Turismo já tinha esse viés, por isso, houve a mudança.

Flávia Pessôa lembrou que a proibição do amianto, por exemplo, foi analisada do ponto de vista constitucional e dos riscos para a saúde, mas não foi considerado o efeito da lei sobre a cadeia produtiva do mineral. Ela ressaltou que, para os produtos em pedra-sabão, muito comuns nas cidades históricas mineiras, utiliza-se o amianto. Essa proibição foi resultado da Lei 21.114, de 2013, fruto do Projeto de Lei (PL) 1.259/11, do ex-deputado Leonardo Moreira (PSDB).

O deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), que atualmente preside a Comissão de Turismo e seguirá à frente da nova Comissão de Desenvolvimento Econômico, destacou que, além dessa questão, a forma como a comissão está estruturada atualmente gera dúvidas no processo legislativo. Ele explicou que, com o formato ainda em vigor, não há a certeza, por exemplo, se um projeto sobre incentivo à área de inovação tecnológica seria apreciado pela comissão. Com as mudanças, isso agora ficou claro.

“O nome anterior era confuso. Turismo, indústria, comércio e cooperativismo, tudo isso envolve o desenvolvimento econômico, que ainda vai além”, salientou. Segundo o parlamentar, a alteração aumenta a importância da comissão. A expectativa de Antônio Carlos Arantes é de mais trabalho a partir do início da vigência do novo Regimento Interno.

Regimento Interno - É um conjunto de normas que regulamenta o funcionamento político e administrativo da ALMG. Define as normas referentes a temas como sessões legislativas, posse de deputados, eleição da Mesa, conduta dos deputados, reuniões de Plenário, trabalhos das comissões, tramitação de projetos, eventos institucionais, entre outros. O novo RI tem o objetivo de dar maior agilidade no processo legislativo.