Parlamentares criticaram o alto índice de desperdício por parte da Copasa

Minas Gerais perde cerca de 40% de água devido a vazamentos

Segundo diretor da Copasa, a instituição atende cerca de 900 ocorrências desse tipo por dia, na RMBH.

03/12/2015 - 19:41 - Atualizado em 04/12/2015 - 11:09

A gestão dos recursos hídricos feita em Minas Gerais é, historicamente, muito frágil. A afirmação foi feita pelo diretor de Operação Metropolitana da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Rômulo Thomaz Perilli, em reunião da Comissão Extraordinária das Águas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (3/12/15). O gestor falou, ainda, que a perda de 40% de água no Estado devido a vazamentos envergonha a instituição, que está empenhada em diminuí-los.

“Temos ocorrências de 900 vazamentos por dia na Região Metropolitana. Isso deve-se ao fato de que algumas das redes possuem quase 100 anos de idade. É um trabalho complicado”. A reunião foi coordenada pelo presidente da comissão, deputado Iran Barbosa (PMDB).

O deputado João Vítor Xavier (PSDB) considerou um absurdo a Copasa pedir que a população economize água sendo que a instituição é uma das que mais desperdiça. “A natureza tem limite. Se não fizermos nossa parte, os rios não darão mais conta de nos fornecer água”, destacou. 

O comandante da Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente, capitão Juliano José Trant de Miranda, destacou que o principal problema que mobiliza a fiscalização é a captação irregular de água, seguida pelo lançamento irregular de esgoto na rede, o que compromete a qualidade da água. “Precisamos dar incentivo a produtores rurais para cuidar das áreas de preservação permanente, especialmente as nascentes de topo de morro. E investir na educação ambiental da população também é fundamental”, ponderou. 

Autor do requerimento que deu origem à reunião, o deputado Glaycon Franco (PTN) demonstrou preocupação com o Rio Paraopeba, um dos principais afluentes do São Francisco e que se encontra atualmente com pouco volume. Na sua opinião, o Estado precisa tomar medidas urgentes para aumentar o fornecimento de água e proteger as nascentes e bacias. “Acreditamos na construção cada vez maior de barraginhas, que são importantes na recarga hídrica dos rios e impedem um escoamento abrupto, que é o que causa inundações”, pontuou. 

O deputado Arnaldo Silva (PR) disse acreditar que a atual crise hídrica poderia ter sido evitada se um planejamento correto tivesse sido feito no passado. “Com mais de dez anos de antecedência tivemos previsão dessa crise que vivemos hoje. Mas nada foi feito. Hoje temos de pensar em evitar o grande volume de água usado na agricultura e o desperdício na captação, tratamento e distribuição da água”.

Consulte o resultado da reunião.