Livro com propostas para retomar crescimento será lançado

Deputados fazem reunião para lançar Por um Brasil Justo e Democrático, assinado por economistas e outros profissionais.

27/11/2015 - 13:20 - Atualizado em 27/11/2015 - 17:00

Com o objetivo de ampliar o debate sobre os rumos do País e apresentar alternativas de política econômica para a retomada do crescimento, vai ser lançado o documento “Por um Brasil Justo e Democrático – Mudar para sair da crise – Alternativas para o Brasil voltar a crescer”. A reunião de lançamento do livro em Minas Gerais será realizada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social e pela Comissão de Participação Popular nesta segunda-feira (30/11/15), às 18h30.

O evento, que pretende estabelecer um debate que se contraponha à ditadura do pensamento econômico único, será no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira (Edjao) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Assinam o requerimento pela reunião os deputados Celinho do Sinttrocel (PCdoB), presidente da comissão, e Rogério Correia (PT), além da deputada Marília Campos (PT).

"Vamos trazer essas grandes lideranças para o lançamento deste documento com o objetivo de propor a discussão de um novo modelo de politica econômica que aponte para o crescimento, o desenvolvimento nacional, com políticas sociais e preocupação com a geração de empregos", afirmou Celinho do Sinttrocel. "Este debate procura trazer a reflexão a toda a sociedade, de forma que possamos passar por esse momento difícil, de crise mundial", disse.

De acordo com Rogério Correia, a ideia é promover um debate amplo, suprapartidário, com movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, organizações da sociedade civil e personalidades do campo progressista. “Nós nos mobilizamos pela defesa da democracia, das instituições, dos direitos sociais e civis e por uma política econômica sem ajustes”, avalizou.

A deputada Marília Campos convocou as pessoas a participarem do encontro, "para mostrar que, num momento de crise, é preciso focar as soluções". Ela lembrou que vários economistas, cientistas sociais e acadêmicos de diversas instituições se reuniram para  redigir um documento mostrando alternativas para o crescimento e o desenvolvimento do País. "O documento Por um Brasil Justo e Democrático é um trabalho aprofundado que busca contribuir para que o Brasil volte a crescer sem perder as conquistas que conseguimos até aqui", reforçou.

Entidades participantes - O livro foi elaborado por intelectuais e militantes vinculados às instituições Brasil Debate, Centro Internacional Celso Furtado de Políticas Para o Desenvolvimento, Fórum 21, Fundação Perseu Abramo, Plataforma Política Social, Le Monde Diplomatique Brasil e Rede Desenvolvimentista. Durante o evento na ALMG, são esperados alguns dos economistas que participaram da elaboração do documento, que são Fabrício de Oliveira, Iola Gurgel, Luiz Gonzaga Belluzzo e Márcio Pochmann.

Em setembro deste ano, foi lançada em São Paulo a obra, que é dividida em duas partes: uma focada em “Alternativas para o Brasil voltar a crescer” e outra em “Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional”. Assinam o documento quase 200 profissionais, entre economistas, advogados, urbanistas e outros formadores de opinião ligados ao pensamento progressista.

Toda essa equipe é unânime no diagnóstico que o ajuste fiscal promovido neste primeiro ano de mandato da presidenta Dilma prejudica a atividade econômica em vez de tirar o País da recessão. Entre as alternativas colocadas no documento estão mudanças para colocar a geração de emprego e renda no centro da política econômica, de forma que o Brasil volte a combater as desigualdades sociais com vistas à distribuição de riqueza.

O documento defende ainda maior controle do governo sobre a política cambial, impedindo a especulação com a moeda e também uma mudança no papel dos bancos públicos, voltado ao desenvolvimento. Os especialistas também pregam que o governo flexibilize o modelo do tripé macroeconômico, com base no controle da inflação, câmbio flutuante e metas de superávit primário. Também propõe mudanças na estrutura tributária para promover justiça fiscal num País em que as elites não pagam imposto e os pobres são sobrecarregados por impostos embutidos no consumo.

Convidados - Além dos economistas citados, também devem participar da audiência pública os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Roberto Requião (PMDB-PR); os deputados federais Jean Wyllys Santos (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ); e o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Wellington Magalhães.