Segundo informações dadas na visita, a Copasa vai fazer obras para reduzir a vazão da Várzea das Flores e pretende reduzir o despejo de esgoto na lagoa
A comissão foi verificar a condição em que se encontra a Lagoa Várzea das Flores

Copasa anuncia ações de recuperação da Várzea das Flores

Em visita à lagoa, deputados cobraram mais fiscalização e proteção ambiental para evitar racionamento de água.

06/07/2015 - 14:30 - Atualizado em 06/07/2015 - 15:57

O diretor de Operações da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) da Copasa, Rômulo Perilli, afirmou, aos deputados da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que obras previstas pela concessionária devem recuperar os níveis de água da lagoa Várzea das Flores a partir do ano que vem. A declaração foi dada em visita ao local, realizada nesta segunda-feira (6/7/15), a pedido do presidente da comissão, deputado Cássio Soares (PSD); da deputada Marília Campos (PT); e dos deputados Ivair Nogueira (PMDB), Rogério Correia (PT) e Geraldo Pimenta (PCdoB).

De acordo com o representante da Copasa, estão previstas obras de captação de água do Rio Paraopeba, construção de rede elevatória e duplicação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Nova Contagem. Essas intervenções devem reduzir a vazão da lagoa de Várzea das Flores, que hoje é de 750 litros por segundo, para cerca de 350 litros por segundo. “Os níveis baixam de um a dois centímetros por dia, mas com essas obras e a economia de 15% que temos conseguido neste ano, estou otimista em relação aos riscos de racionamento”, afirmou. Rômulo Perilli disse, ainda, que a Copasa pretende reduzir o despejo de esgoto na lagoa e, no segundo semestre, implantar um plano de gestão para recuperar o fluxo de água após o final das obras, previsto para dezembro deste ano.

Gestão conjunta – O presidente da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea das Flores e representante do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Marcus Vinícius Pereira, disse que o IEF quer uma gestão compartilhada da lagoa. Para ele, é necessário que se construa uma sede, que receba membros das Prefeituras de Contagem e Betim, Copasa, Corpo de Bombeiros, IEF e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Parlamentares cobram investimentos e fiscalização

O deputado Ivair Nogueira defendeu ações conjuntas das prefeituras, Ministério Público e órgãos de governo. Para ele, é preciso, também, que a Copasa ofereça contrapartidas que beneficiem a fiscalização e a preservação da lagoa. “A concessionária retira água daqui, lucra, mas não dá nada em troca. Poderia ser feito algum investimento em estrutura, na proteção das nascentes e na coleta de lixo e esgoto”, salientou.

O deputado Cássio Soares entende que a situação é preocupante, uma vez que há o risco de racionamento de água, mas acredita que isso é reflexo de um longo período de má gestão. Na opinião do parlamentar, ainda há tempo de recuperar a lagoa Várzea das Flores, se forem feitas as correções e a preservação do meio ambiente local. “Temos que fiscalizar o cumprimento das leis, assim como aprimorá-las. A ocupação desordenada da região, por exemplo, não tem sido monitorada e o volume de esgoto despejado nas águas tem sido acima do permitido”, completou.

O deputado Ricardo Faria (PCdoB) também alertou para o uso indiscriminado do solo e a ocupação desorganizada nas margens da Várzea das Flores. Ao lamentar o atual cenário da lagoa, ele cobrou mais investimentos da Copasa e maior fiscalização do IEF.

Ao final, a deputada Marília Campos destacou que a lagoa é alimentada por 62 nascentes, que não têm sido preservadas e têm sofrido com a ação de esgoto e animais. A parlamentar disse, ainda, que as ações da Copasa são importantes, mas lembrou que é preciso regulamentar a APA Várzea das Flores para que as ações de preservação sejam mais efetivas.