Comissão de Educação debateu a construção do prédio da Escola Estadual Alberto Delpino na região do Barreiro, em Belo Horizonte
A diretora da Escola Alberto Delpino, Sônia Santos, cobrou que a escola seja digna para os alunos
Segundo Anselmo José Domingos (à esquerda), nenhuma das escolas sofreu qualquer tipo de alteração estrutural desde a construção

Barreiro quer demolição de prédio da Escola Alberto Delpino

Representante do Estado defende limpeza do local e não descarta possibilidade de demolição do prédio abandonado.

06/07/2015 - 13:37 - Atualizado em 06/07/2015 - 15:38

A demolição imediata e a posterior reconstrução do prédio sede da Escola Estadual Alberto Delpino, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, foi reivindicada por representantes da escola, alunos e moradores da região em audiência pública realizada nesta segunda-feira (6/7/15) pela Comissão de Educação,Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em 2013, o espaço foi interditado pela Defesa Civil e, desde então, a escola já passou por duas mudanças de endereço, funcionando atualmente em um prédio provisório.

A diretora da Escola Alberto Delpino, Sônia de Jesus Pereira Santos, contou que o prédio sede da escola, localizado na Rua Conde de Santana, data de 1964 e, desde essa época, nunca passou por nenhuma melhoria em sua estrutura. Entre os problemas que levaram à interdição do prédio em 2013, estão vazamento e alagamento nas salas de aula, caixas d'água deterioradas, mau estado de conservação dos tetos e falta de área de lazer para os alunos.

Com a interdição do prédio principal, a escola passou a funcionar na Avenida Olinto Meireles, em um espaço que, segundo a diretora, também não apresentava condições adequadas. De acordo com Sônia Santos, alunos e funcionários conviviam com esgoto a céu aberto, pisos deteriorados e banheiros inadequados para uso.

Em 2014, a escola foi transferida pela segunda vez, passando a funcionar na Rua Francisco Duarte Mendonça, onde está até hoje. Embora o espaço seja mais bem estruturado, a diretora disse que a situação ainda não é ideal, especialmente no que se refere à acessibilidade, já que a escola ficou mais distante para alunos e funcionários. Outro ponto levantado por Sônia Santos foi quanto à falta de espaço disponível nas instalações atuais, o que dificulta o atendimento a um número maior de alunos. Segundo ela, a escola tem pouco mais de 500 alunos do 1°, 2° e 3° ano do ensino médio, mas tem demanda para cerca de mil estudantes.

De acordo com a diretora, o ideal é que a sede da Escola Alberto Delpino seja demolida e um novo prédio seja construído no mesmo endereço. Paralelamente, a Escola Estadual Desembargador Rodrigues Campos, que funciona no mesmo quarteirão, em um prédio anexo à escola Alberto Delpino, seria transferida para um outro local até que o seu prédio atual também fosse demolido e reconstruído. Segundo ela, o prédio sede da escola Rodrigues Campos também se encontra em condições precárias, embora continue funcionando no mesmo local.

A diretora cobrou que a escola, segundo ela reconhecida e respeitada pela sua qualidade pedagógica, seja também digna para os alunos. “Não vamos ficar de baços cruzados. Queremos a demolição já. E queremos a nossa escola para ontem”, reivindicou.

Fazendo coro às palavras da diretora, a comerciante Sandra Sancler disse que a Escola Alberto Delpino está abandonada, sendo alvo de invasão de pessoas. Ela também reivindicou o retorno da escola para o seu endereço original, que, segundo ela, é mais central e facilita o acesso dos alunos.

Escola anexa - De acordo com o inspetor Laércio Ernani Amorim Gonçalves, que atua nas duas instituições, a Escola Desembargador Rodrigues Campos também está com sua segurança comprometida, já que apresenta problemas de infraestrutura, infiltração e sofre com a presença de ratos. Segundo ele, a escola, que atende cerca de 1.500 alunos do 7° ano do ensino fundamental e do 1°, 2° e 3° ano do ensino médio, está passando por reformas, com o intuito de minimizar alguns desses problemas.

Entretanto, na sua avaliação, a solução ideal seria que o local onde hoje se encontram os prédios das duas instituições abrigasse apenas uma grande escola, a ser construída, enquanto a outra instituição de ensino fosse transferida para um novo espaço adequado.

Subsecretário aponta necessidade de demolição da escola

O subsecretário de Estado de Administração do Sistema Educacional, Leonardo Petrus, reconheceu os problemas enfrentados pela comunidade escolar e também pelos moradores e comerciantes que são vizinhos do prédio sede da Escola Alberto Delpino, que está abandonado. Ao apontar como uma primeira preocupação a questão da saúde pública na região, ele disse que a Secretaria de Estado de Educação vai tomar providências quanto à limpeza da edificação da escola, para que o abandono do local não continue a causar problemas na vida da comunidade vizinha.

Além disso, ele sinalizou favoravelmente à possibilidade de demolição do prédio da escola, uma vez que, segundo ele, um relatório técnico de 2014 já apontava a inviabilidade de recuperação da construção. Ao reafirmar o compromisso do Estado em resolver definitivamente o problema, ele enfatizou que a secretaria está aberta para o diálogo, mas ponderou que qualquer decisão que venha a ser tomada para solucionar o caso da Escola Alberto Delpino deve também levar em conta a posição da escola Desembargador Rodrigues Campos e os eventuais impactos no seu funcionamento.

Deputado cobra solução para o problema 

O deputado Anselmo José Domingos (PTC), que solicitou a reunião, contou que tanto a Escola Desembargador Rodrigues Campos quanto a Alberto Delpino, construídas respectivamente em 1960 e 1964, nunca sofreram qualquer tipo de alteração em suas estruturas. Para o deputado, um dos principais problemas detectados com a transferência da Escola Alberto Delpino para o seu atual endereço é com relação ao deslocamento dos estudantes, já que o prédio atual ficaria a cerca de dois quilômetros de distância do endereço original da escola.

O deputado também falou sobre o sofrimento dos vizinhos do prédio sede da escola, já que o local encontra-se abandonado. Segundo ele, o prédio está repleto de materiais escolares espalhados, apresentando problemas de infiltração e na parte elétrica, além da presença de animais peçonhentos no local. Ele fez um apelo para que seja dada uma solução imediata e para que a construção de uma nova escola seja priorizada pelo Estado.

O vereador Juliano Lopes Lobato considerou que as escolas Alberto Delpino e Desembargador Rodrigues Campos são referências para o Barreiro. Como solução para o problema, ele sugeriu, além da demolição do prédio da Escola Alberto Delpino, a contratação, por parte do Estado, de um serviço de vigia no local, especialmente no período da noite, como forma de garantir segurança à comunidade da região.

Consulte o resultado da reunião.