Na audiência, representantes do poder público e da sociedade civil destacaram a importância dessa vitória, mas lembraram que é preciso continuar a luta para garantir a manutenção do teatro
Deputados ressaltaram que ainda existem acertos a serem feitos, mas comemoraram a continuidade do teatro

Deputados comemoram continuidade do Teatro Klauss Vianna

Decisão do presidente do TJMG anima classe artística, que pede tombamento do espaço como patrimônio cultural.

10/06/2015 - 13:42 - Atualizado em 10/06/2015 - 15:21

Após o anúncio oficial de que o Teatro Klauss Vianna não será demolido, parlamentares e lideranças do meio artístico comemoraram a decisão e defenderam que esse espaço seja tombado como patrimônio cultural. Logo após entrevista coletiva em que o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, garantiu a continuidade do funcionamento do teatro, na manhã desta quarta-feira (10/6/15), a decisão foi discutida em reunião conjunta das Comissões de Cultura e de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

A única certeza é de que o teatro não será demolido imediatamente, logo no início das obras do prédio da Avenida Afonso Pena que será ocupado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), como previsto anteriormente. O presidente do TJMG, desembargador Pedro Bittencourt, determinou que a reforma se inicie a partir de outra área, até que seja definido o que fazer com o espaço cultural. Ele teria sinalizado, entretanto, que o Tribunal contratará um estudo para avaliar como a nova sede poderia conviver com o teatro, que teria uma entrada independente. Isso, porém, depende ainda de votação de um colégio de 120 desembargadores para que a decisão seja ratificada.

Representantes do poder público e da sociedade civil destacaram a importância dessa vitória, mas lembraram que é preciso continuar a luta para garantir a manutenção do teatro. “Preocupa-me o fato de as decisões serem provisórias. Queremos decisões definitivas, queremos o tombamento desse espaço”, disse Regina Amaral, integrante do Movimento Viva Klauss Vianna.

O secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, destacou que já houve manifestações importantes de alguns dos desembargadores em apoio à causa. “Tudo indica que o Tribunal vai respaldar a decisão do seu presidente”, disse.

Ele ressaltou, ainda, que o governo anterior considerava que a Estação da Cultura Itamar Franco, construída recentemente, seria um substituto para o Klauss Vianna, mas o espaço é ideal para a apresentação de orquestras, e não para espetáculos de teatro e dança. Portanto, não seria um substituto aceitável. Assim, o secretário ressaltou que fará todos os esforços necessários par manter o Teatro Klauss Vianna em funcionamento.

Nova programação - A continuidade das atividades no Klauss Vianna foi garantida pelo representante da entidade responsável pela administração do teatro, o Oi Futuro. José Luiz Hallak lembrou que a previsão era de suspensão das atividades a partir de 30 de junho.

Em razão disso, informou, pode haver um tempo ocioso até que se consiga construir uma nova programação, mas em breve novos espetáculos serão anunciados no espaço. “Vamos, com satisfação, gastar um tempo na construção da nova grade. Ficamos muito felizes com a possibilidade de continuar na gestão desse espaço e estamos disponíveis para conversar sobre como será feita essa parceria”, declarou.

Deputados destacam continuidade do teatro

Os deputados Bosco (PTdoB), Durval Ângelo (PT) e Wander Borges (PSB) concordaram que ainda há uma luta a ser travada, mas exaltaram a vitória, mesmo que ainda temporária. “Ganhamos um prazo para fazer as movimentações necessárias para que o espaço seja mantido”, disse o deputado Wander Borges. “Ainda existem acertos a serem feitos, mas estamos aqui hoje comemorando a sobrevida que o Teatro Klauss Vianna ganhou”, completou o deputado Bosco.

O deputado Durval Ângelo, por sua vez, exaltou a luta. “A história dos povos nos mostra que as conquistas das civilizações e os reconhecimentos de direitos são alcançados pela luta”, disse. Ele ressaltou, ainda, que a cultura, assim como a educação, tem um papel primordial na formação de uma sociedade saudável e precisa ser defendida como direito fundamental.

Os parlamentares aprovaram, durante a reunião, requerimento de moção de apoio ao presidente do Tribunal de Justiça pela decisão que favorece a permanência do teatro.

O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas José de Oliveira, também ressaltou a luta e a participação política da classe artística de Minas Gerais. “As conquistas na área cultural dos últimos 20 anos em Belo Horizonte se devem a essas lutas. Os 16 centros culturais espalhados hoje pela cidade, por exemplo, foram construídos com emendas do orçamento participativo”, salientou.

Consulte o resultado da reunião.