Deputados da Minas e Energia estiveram com o secretário de Estado de Meio Ambiente para tratar de uma série de temas recorrentes nas reuniões da comissão

Governo do Estado vai propor anistia de multas ambientais

Anúncio foi feito pelo secretário de Meio Ambiente aos deputados da Comissão de Minas e Energia.

14/05/2015 - 16:49

O Poder Executivo deve encaminhar em breve à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) projeto de lei que anistiará boa parte dos cerca de 120 mil autos de infração que o Estado tem a receber, resultado de multas aplicadas no âmbito da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A informação foi divulgada durante visita dos deputados da Comissão de Minas e Energia ao titular da pasta, Sávio Souza Cruz (PMDB), nesta quinta-feira (14/5/15). A visita atendeu a requerimento do presidente e do vice da comissão, respectivamente deputados Gil Pereira (PP) e Bosco (PTdoB); e ainda do deputado Glaycon Franco (PTN).

O objetivo da visita foi aprofundar com o secretário a discussão de uma série de temas que têm sido abordados nas reuniões da comissão. Entre esses assuntos, está justamente o entrave que certos aspectos da legislação ambiental mineira trazem a novos empreendimentos no Estado. O grande número de autos de infração pendentes é um dos aspectos dessa questão, já que, de acordo com Sávio Souza Cruz, cada cobrança judicial custa em média R$ 16 mil aos cofres públicos, sendo que um grande número delas é de valor inferior a R$ 300.

A ideia do projeto, que ainda está sendo finalizado, é dar, de acordo com o secretário, uma “anistia verde” às infrações de valores inferiores ao custo da cobrança judicial pelo Estado, abrangendo valores maiores até 2012 e com uma margem menor para os autos de infração lavrados em 2013 e 2014. Na mesma linha, há planos de transferir para a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) a tarefa de cobrar os chamados créditos não-tributários, para a qual essa pasta já dispõe de experiência e estrutura.

“No âmbito da força-tarefa que está repensando o Estado, temos um grupo cuidando especificamente da reestruturação do Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Uma primeira vitória que conseguimos foi negociar o fim da operação-padrão que durou cerca de um ano, um recorde, e a partir de abril retomamos as atividades a todo vapor”, afirmou Sávio Souza Cruz.

"Todo o nosso esforço é para que a Semad possa voltar a fazer as atividades para qual foi criada, ou seja, cuidar da política ambiental. Nos últimos anos ela virou apenas uma secretaria de licenciamentos, deixando de lado compromissos com a preservação ambiental, qualidade das águas, disponibilidade hídrica e biodiversidade”, completou o secretário.

Entraves – Além de elogiar medidas em estudo como a anistia verde, o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Gil Pereira, destacou a restrição orçamentária que tem dificultado o aprimoramento das ações da Semad. “Essa é uma secretaria estratégica e boa parte do desenvolvimento do Estado passa por aqui. Nosso desafio é destravar esses obstáculos para que novos projetos sejam implementados e assim gerem mais empregos para os mineiros”, destacou.

Além de temas como fiscalização, licenciamento e dificuldades operacionais da Semad, vários outros temas foram abordados no encontro dos deputados com o titular da pasta. Um tópico importante foi a situação da Bacia do Rio São Francisco. “O São Francisco já está morrendo em sua foz e o Estado precisa empenhar mais recursos para revitalizar toda a bacia, pois aqui está 70% do rio. Precisamos mobilizar mais recursos federais por meio de órgãos como Ministério da Integração Nacional e Codevasf”, afirmou o deputado Gil Pereira.

O deputado Glaycon Franco disse confiar na experiência do secretário para otimizar o funcionamento da Semad. “A Secretaria precisa destravar várias situações que impedem o desenvolvimento do Estado. O Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) é um exemplo disso, pois precisa ter sua atuação reformulada, sobretudo no que diz respeito às outorgas para uso das águas, que impedem novos investimentos. Na minha região, o Alto Paraopeba e Vale do Piranga, projetos estão parados há quatro ou cinco anos. Isso estimula a captação clandestina, compromete a recarga hídrica dos mananciais e os impactos nos rios são muito maiores”, avaliou.

Consulte o resultado da visita.