O Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, opera hoje praticamente no limite de sua capacidade. É o que informou o diretor-geral da unidade, Zuley Jacinto de Souza, em visita da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ao local nesta segunda-feira (30/3/15).

O Ceresp de Contagem possui nove celas, com capacidade oficial para 95 detentos. No entanto, conta hoje com 120 presos – o limite aceitável, segundo a direção da unidade. Outros problemas levantados foram as condições de higiene do local e sua localização, em uma região residencial e às margens da Avenida Amazonas, um dos grandes corredores viários da Capital.

“Aqui é uma área comercial e residencial. O Ceresp deveria estar em um local que permitisse a ação do poder público com mais tranquilidade”, afirmou o presidente da Comissão de Segurança Pública e autor do requerimento da visita, deputado Sargento Rodrigues (PDT).

Ele também apontou as “condições de higiene deploráveis” para os presos e os agentes penitenciários. O parlamentar ainda lembrou que a situação era pior há alguns meses, quando a unidade chegou a receber 150 detentos.

A superlotação fez com que o juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, Wagner Cavalieri, oficiasse a Comissão de Segurança Pública da ALMG e a Secretaria de Estado de Defesa Social sobre o problema. A partir daí, o Ceresp deixou de receber novos detentos e teve sua ocupação reduzida com a liberação e transferência de outros presos, uma vez que a unidade é responsável apenas pelos presos provisórios.

O juiz Wagner Cavalieri e o diretor-geral do Ceresp, Zuley Jacinto de Souza, também defenderam a criação de uma nova unidade prisional. “Sabemos das dificuldades; o problema no Estado hoje é a falta de vagas. Por isso o ideal é que essa unidade fosse desativada e construída uma nova”, ressaltou Wagner Cavalieri.

Detentos não querem transferência para outras unidades

Questionados pelo deputado Sargento Rodrigues, os detentos, que se aglomeravam nas celas para conversar com a comitiva de autoridades, afirmaram não desejar serem transferidos para outras unidades. Eles disseram ser tratados com respeito e destacaram a facilidade que o local propicia para a visita de familiares.

As visitas íntimas, no entanto, estão interrompidas, devido à lotação do Ceresp.