Segundo representantes do Grupo Santa Casa, caso a situação do hospital não seja normalizada em fevereiro de 2015, a maternidade pode fechar suas portas

Santa Casa cobra repasse de recursos estaduais

Funcionamento da maternidade depende do aporte estadual. Comissão de Saúde vai cobrar o cumprimento do acordo.

17/12/2014 - 13:09

A preocupação em relação ao possível fechamento da Maternidade Hilda Brandão, da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, levou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a realizar uma visita ao hospital, na manhã desta quarta-feira (17/12/14). O autor do requerimento para o encontro, deputado Arlen Santiago (PTB), ouviu dos dirigentes do Grupo Santa Casa a informação de que o governo estadual não está cumprindo o acordo de repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para a maternidade, na ordem de R$ 500 mil mensais.

Segundo o superintende de Planejamento, Finanças e Recursos Humanos do Grupo Santa Casa, Gonçalo de Abreu Barbosa, o governo estadual não está cumprindo o acordo feito em julho, entre as três esferas de Poder, para tentar minimizar o prejuízo mensal da maternidade, que era da ordem de $ 1 milhão mensais. De acordo com ele, os governos federal e municipal já estão repassando os recursos prometidos, mas ainda faltam os R$ 500 mil mensais que são a parte do Estado.

Gonçalo Barbosa explicou que o Estado prometeu ainda, no mês de março, um aporte de R$ 5 milhões para minimizar a dívida da maternidade e para promover a modernização das instalações, mas essa quantia não foi recebida. Ele afirmou que, caso a situação não seja normalizada em fevereiro, a maternidade pode fechar suas portas, já que atualmente o prejuízo está na ordem de R$ 500 mil mensais. Para manter o funcionamento do local, que realiza cerca de 330 partos por mês, são necessários R$ 3 milhões mensais. Só para se ter ideia, o SUS cobre apenas 50% do custo de um parto.

De acordo com o assessor de superintendência de Assistência à Saúde, Gláucio de Oliveira, o complexo da maternidade e da UTI neonatal precisaria ainda de investimentos de R$ 1,8 milhão para equipamentos e outros R$ 4 milhões para obras de reformas e melhorias.

Por causa desses problemas, Arlen Santiago solicitou a visita à Santa Casa de Misericórdia e afirmou que irá cobrar do governador o cumprimento do acordo feito. “Vamos cobrar do governo o porquê da falta de repasses para o hospital”, disse o parlamentar, que lembrou a importância da maternidade e da Santa Casa para o Estado. “A Comissão de Saúde da ALMG vai pedir o cumprimento do acordo feito para a Santa Casa”, completou.

Com 115 anos de existência, a Santa Casa de Misericórdia oferece 35 especialidades médicas e possui 1.085 leitos, todos para o SUS. Na ala de pediatria, por exemplo, o hospital oferece 107 leitos. No setor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), são 170 leitos, sendo 35 leitos neonatal.

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