TV Assembleia celebra a música de Diamantina

Programa Minas é Muitas deste domingo (30) registra a vocação musical da cidade histórica.

26/11/2014 - 14:31 - Atualizado em 26/11/2014 - 18:35

Seresteiros, corais, sineiros, blocos de carnaval, bandas mirins e militares. Em Diamantina, na Regiao Central, “se faz todos os tipos de música”, como explica o professor Erildo Nascimento”. A cidade histórica, conhecida como a mais musical de Minas Gerais, é a última parada do programa Minas é Muitas em 2014. A estreia é neste domingo (30), às 19 horas, na TV Assembleia.

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“A música em Diamantina corre nas veias feito sangue”. A definição é de Soraya Ferreira Alcântara, uma das fundadoras do coral Arte Miúda. “Aqui, não vivemos sem música”, completa. O projeto, formado por crianças e adolescentes, é um dos exemplos de grupos que mantém viva as tradições de compositores e músicos da cidade, lembrada em canções como "Peixe Vivo", "Saudades de JK" e "Diamantina em Serenata". “Nós adulamos a nossa música porque a identidade cultural de Diamantina se establece pela música”, setencia Soraya.

Segundo o professor e sineiro, Erildo Nascimento, em praticamente todas as famílias diamantinenses há, pelo menos, uma pessoa ligada a arte musical. Um levantamento descobriu que existem mais de 1200 alunos matriculados em cursos de música no município, que é sede do Conservatório Estadual Lobo Mesquita. “Para uma cidade como a nossa, é um fenômeno muito grande. Significa um aluno de música a cada 46 habitantes”.

Capital da seresta, Diamantina também é notória por um dos carnavais mais conhecidos e frequentados do Estado. Berço de grupos como o Sapo Seco e a Bartucada, a folia de Diamantina, atualmente, divide-se entre os blocos caricatos e as bandas formadas por mais de 100 integrantes, como a Bat-Caverna. “Unimos a bateria de uma escola de samba com a formação de uma banda de palco, com baixo, violão, guitarra elétrica, para fazer um som que consideramos original”, explica Rogério Fernese, diretor da Bat-Caverna. Mas o programa mostra que os blocos de rua ainda resistem, tocando as célebres marchinhas e arrastando multidões pelas ruas da cidade histórica.

Hoje, o maior símbolo musical da cidade é a Vesperata. O evento, que reúne a banda mirim e a banda do 3º Batalhao da Polícia Militar para tocar clássicos eruditos e populares no meio do centro histórico, tornou-se uma atração turística da cidade. “Movimenta não só a música, mas bares, pousadas e lojas”, diz o Sargento Santana, que toca no evento desde 1997. Para ele, o diferencial é o posicionamento da orquestra durante a apresentação. “A formação da Vespersta é peculiar, porque os músicos ficam nas janelas dos casarios, enquanto o regente fica no meio do público, lá embaixo. O som é diferenciado e a sensação indescritível”.