Comissão de Direitos Humanos conheceu os trabalhos de ressocialização dos recuperandos da Apac de Lagoa da Prata

Apac de Lagoa da Prata pode ter parceria com Correios

Comissão de Direitos Humanos conhece unidade prisional alternativa que conta com 116 recuperandos.

09/09/2014 - 20:32 - Atualizado em 10/09/2014 - 10:50

Os Correios podem viabilizar uma parceria com a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Lagoa da Prata (Centro-Oeste de Minas). O anúncio foi feito em visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na tarde desta terça-feira (9/9/14), pelo presidente da comissão, o deputado Durval Ângelo (PT), acompanhado do gerente regional e do inspetor regional dos Correios, respectivamente Júlio César Magalhães e Anderson Silva César. Na parceria, a empresa doaria bicicletas e outros produtos, que seriam úteis para o trabalho dos recuperandos nas oficinas.

À visita seguiu-se audiência pública com o objetivo de conhecer os trabalhos da entidade, que atua na ressocialização de condenados, e conhecer as demandas do sistema prisional da região. De acordo com o presidente da Apac, Francisco José de Miranda, a entidade começou a funcionar em 2008, e conta hoje com 22 recuperandos em regime aberto, 26 em semiaberto e 68 em regime fechado, totalizando 116 recuperandos.

Eles trabalham em oficinas de montagem de rodas de bicicleta, de reforma de um tipo de madeira e em uma padaria, na qual produzem 85 mil pães por mês, que são vendidos para as escolas públicas do município. “De nossos recuperandos, 15 já foram absorvidos pelo comércio de Lagoa da Prata”, orgulha-se o diretor da entidade.

O deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG), que esteve na Apac de Lagoa da Prata há quatro anos, afirmou que a entidade está cumprindo seu objetivo e está consolidada. O parlamentar acrescentou que irá trabalhar para incluir no Orçamento da União recursos para a Apac.

Segundo o presidente da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), Valdeci Antônio Ferreira, nas Apacs mineiras não há registro de morte, suicídio, violência ou rebeliões. Ele elogiou a Apac de Lagoa da Prata pelo trabalho realizado pelos recuperandos. Um deles, Francisco José de Lima, deu um depoimento em que destacou a maneira como foi bem recebido na Apac.

Autor do requerimento para a reunião, o deputado Durval Ângelo enfatizou o que tem dito nas audiências públicas que vêm sendo realizadas em Apacs de todo o Estado. “Temos hoje 36 Apacs que funcionam sem polícia em Minas Gerais”, disse. Ele acrescentou que a Apac tem índices de recuperação de 90%, enquanto no sistema prisional tradicional esse índice não chega a 20%.

A comissão já visitou outras unidades da Apac em várias regiões do Estado. A próxima Apac a ser visitada é a de Sete Lagoas, na próxima segunda-feira (15).

Consulte o resultado da reunião.