Lojas de artesanato no Mercado Central de Belo Horizonte - Arquivo/ALMG

ALMG vai homenagear o Mercado Central de Belo Horizonte

Aniversário de 85 anos da instituição será celebrado em Reunião Especial de Plenário.

26/08/2014 - 11:33

Os 85 anos do Mercado Central de Belo Horizonte serão celebrados na segunda-feira (1º/9/14), às 20 horas, em Reunião Especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O autor do requerimento para a realização da reunião é o deputado Paulo Lamac (PT). Na ocasião, o presidente do mercado, José Agostinho Oliveira Quadros, será homenageado com o recebimento de uma placa comemorativa e fará um pronunciamento.

O deputado Paulo Lamac justifica a homenagem alegando que se trata de uma data importante na história do mercado, "um espaço de encontro dos mineiros, da cultura de todas as Minas Gerais e de convivência com os brasileiros de outros Estados e com os estrangeiros", na sua avaliação. "O Mercado Central é onde Minas dialoga consigo mesmo, com o Brasil e o mundo, por isso, nada mais justo que seja homenageado nessa data especial", argumenta.

O parlamentar observa ainda que o mercado, como outros espaços turísticos de Minas e do Brasil, ganhou ainda mais visibilidade com a realização da Copa do Mundo, que teve Belo Horizonte como uma das cidades-sede do evento esportivo.

Histórico - Inaugurado em 7 de setembro de 1929 como Mercado Municipal, o atual Mercado Central, hoje um dos pontos turísticos mais conhecidos de Belo Horizonte, tinha a função de abastecer a Capital e seus 47 mil habitantes. A proposta era a de reunir num só espaço os feirantes antes divididos entre a Praça da Estação e a feira que funcionava no local onde hoje se situa a rodoviária. Para isso, a prefeitura escolheu um terreno de 14.000 m², próximo à Praça Raul Soares, que antes abrigava o campo do América Futebol Clube. A princípio, o mercado funcionava a céu aberto, com barracas de madeira e tabuleiros. O principal ramo de atividade era o comércio nos armazéns e hortifrutigranjeiros.

Nos anos 1960, a prefeitura decidiu vender o terreno, alegando não ter mais condições de administrar o mercado. Para que não perdessem seus negócios, os comerciantes decidiram fundar uma associação, e, no leilão realizado em janeiro de 1964, a entidade adquiriu o Mercado Municipal, que passou a se chamar Mercado Central Abastecimento e Serviços, constituindo uma empresa privada, controlada pelos comerciantes.

Entretanto, para manter o mercado funcionando, a prefeitura exigiu a construção de um galpão coberto, com prazo de cinco anos para a conclusão das obras. Caso contrário, a associação teria que devolver o terreno para o município. Foi então que os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo, fundadores do Banco Mercantil do Brasil, decidiram financiar o projeto, confiando no valor do mercado para a cidade e na amizade com seu administrador, Olímpio Marteleto. Foram contratadas quatro construtoras, ficando cada uma responsável por uma lateral para que o galpão pudesse ser fechado no prazo estabelecido.

Mesmo com as obras em andamento, o mercado manteve-se funcionando. Aos poucos, as barracas de madeira foram sendo substituídas por lojas de alvenaria. Na década de 1970, foi construído o estacionamento, com o qual foi possível gerar renda para custeio das obras e reformas. Naquele momento, 80% das lojas do mercado se destinavam ao comércio de hortifrutigranjeiros, ao atacado e aos armazéns.

Nessa mesma época surgiram as grandes redes de supermercados e a Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), o que provocou o deslocamento do comércio atacadista da região central. O Mercado Central precisou se adequar aos novos tempos e reformular o mix de lojas. Os comerciantes, então, ampliaram suas atividades, migrando para a comercialização de variados produtos alimentícios, artesanato, comidas típicas, bebidas, temperos, utilidades domésticas, entre outros.

O Mercado Central hoje é reconhecido como centro de comércio, cultura e gastronomia da Capital. Esteve presente no roteiro turístico da Fifa na última Copa das Confederações e na Copa do Mundo 2014. Com uma média de público diária acima de 30 mil pessoas, chegando a 68 mil aos sábados, o Mercado Central representa atualmente o maior ponto comercial e turístico da Capital mineira, funcionando de segunda-feira a sábado, das 7 às 18 horas, e aos domingos e feriados, das 7 às 13 horas.