O tema da marcha este ano foi paz nas escolas e defesa da vida
O presidente Dinis Pinheiro participou da iniciativa, juntamente com outras autoridades

Cerca de 20 mil pessoas participam da Marcha contra o Crack

Terceira edição do evento, promovido pela ALMG, reuniu autoridades, estudantes e representantes da sociedade civil.

24/05/2014 - 13:39

Com o tema paz nas escolas e defesa da vida, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou, neste sábado (24/5/14), a terceira edição da Marcha Contra o Crack e Outras Drogas. Estudantes, autoridades e representantes da sociedade civil caminharam do Colégio Estadual Central, no bairro de Lourdes, até a sede do Parlamento mineiro. O presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PP), participou da iniciativa, que reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

O parlamentar destacou a ação para ratificar a luta da Assembleia de Minas contra as drogas. “A ALMG, de forma inovadora, foi a primeira Assembleia do País a instituir uma comissão permanente de combate ao uso de crack”, afirmou.

Dinis Pinheiro citou dados que indicam que o Brasil é o maior consumidor de crack no mundo e o segundo maior mercado de cocaína e derivados. O deputado ainda ressaltou as ações do Estado no enfrentamento das drogas, em especial o programa Aliança pela Vida, e reforçou a necessidade de políticas públicas mais efetivas em relação à entrada de substâncias ilícitas no País.

Os participantes da marcha também destacaram a importância de iniciativas que busquem a conscientização dos jovens frente ao problema e se mostraram preocupados com a inserção das drogas em todos os estratos da população. “As drogas estão muio disseminadas, é possível comprá-las na porta das escolas. É preciso trabalhar na formação dos jovens, envolvendo também suas famílias”, afirmou o professor Francisco Galeno.

Segundo o pastor Wellington Vieira, as drogas já chegaram até mesmo nas igrejas. “Não podemos tapar o Sol com a peneira. Podemos perceber, pelo menos, que as pessoas estão mais sensíveis para discutir o problema”, comentou. Na mesma linha, o estudante Wallace Adriano lamentou o fato de pessoas do seu círculo pessoal serem usuários de drogas e ponderou que é importante incentivar a recuperação dos viciados, mas que essas pessoas precisam se convencer a mudar de vida e assumir o comando do processo.

Comunidades terapêuticas – O presidente da comunidade terapêutica Fazenda Renascer, Peter Hall Nielsen, deu um testemunho de como a luta contra as drogas não é uma batalha perdida. Ele contou ter utilizado entorpecentes dos 16 aos 24 anos, até buscar tratamento, há exatos 30 anos. “Desde essa época a sociedade já clamava por entidades dessa natureza. Por meio de atividades laborais, que mantinham minha mente ocupada, e da orientação dos profissionais, consegui me livrar de todos os vícios”, afirmou.

Representantes das comunidades terapêuticas entregaram ao presidente da ALMG um manifesto, pedindo a regulamentação dessas instituições. “Só assim nosso trabalho vai ser considerado como um serviço e teremos parâmetros definidos para avaliá-lo”, afirmou Adélia Porto, representante Associação Brasileira Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço).

Também estiveram presentes à marcha os deputados Vanderlei Miranda (PMDB), presidente da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas, Alencar da Silveira Jr. (PDT), Gustavo Corrêa (DEM) e Fabiano Tolentino (PPS).

Forpaz A Marcha Contra o Crack e outras Drogas contou este ano novamente com a adesão do Fórum de Promoção da Paz Escolar (Forpaz). Cerca de 5 mil alunos de diversas escolas estaduais participaram da caminhada e trouxeram para o movimento fanfarras, balizas e outras atrações.

Paralelamente à iniciativa na Capital, foi realizado evento similar em Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte). No município, a caminhada foi da Praça do Viaduto Jacintão ao Estacionamento do Poliesportivo Divino Braga.