Ciclo de Debates 50 Anos do Golpe de 64

Ciclo de debates vai relembrar o golpe de 1964

Durante dois dias, especialistas vão discutir o contexto histórico da época e a resistência à ditadura militar.

24/03/2014 - 13:37 - Atualizado em 28/03/2014 - 17:51

Começa na próxima segunda-feira (31/3/14) o Ciclo de Debates 50 Anos do Golpe Militar de 1964, a ser realizado no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento terá duração de dois dias, manhã e tarde, e contará com palestras de especialistas e estudiosos do assunto, seguidas por debates. Serão tratados temas como o contexto sociopolítico do golpe, as diversas frentes de resistência, o fim do regime e a fase de transição.Também será abordado o direito à verdade e à memória, que tem sido discutido em todas as esferas de governo a partir da criação das chamadas comissões da verdade.

O ciclo de debates, a ser realizado na data em que o golpe completa 50 anos, é o início de uma agenda com diversos eventos ao longo do ano para tratar do tema. Serão realizadas, por exemplo, audiências públicas com a recém-criada Comissão da Verdade em Minas Gerais e a exibição de filmes censurados à época.

As atividades estão sendo organizadas pela ALMG em parceria com 35 entidades. O Parlamento mineiro também está produzindo reportagens especiais sobre o período militar para ajudar a esclarecer detalhes sobre o assunto e receber, também a partir de 31 de março, uma exposição acerca da ditadura.

Programação - A abertura do evento será às 8 horas de segunda-feira (31), em um Ato pela Democracia no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira – Pátio das Bandeiras. Neste dia, a partir das 9 horas, no Plenário, a programação  contempla a palestra magna "Direito à Verdade, à História e à Memória" e outros dois painéis - "Contexto do Golpe Militar de 64" e "Múltiplos Olhares da Resistência", além de debates.

Já na terça-feira (1º/4), a partir das 9 horas, também no Plenário, haverá dois painéis: "Fim do Regime e Transição: (des)caminhos e processos" e "Da Redemocratização aos Dias Atuais: Dilemas e Perspectivas" e debates. Às 11h30, no Salão de Chá, será realizado o lançamento do e-book Justiça de transição nos 25 anos da Constituição de 1988 e do livro Direitos Humanos. Às 13 horas, no Teatro, haverá a apresentação musical O menestrel e o general. Já às 17h30, também no Teatro, será feita uma sessão comentada do documentário "Na lei ou na marra: 1964 um combate antes do golpe".

Paralelamente, está prevista ainda a reedição da exposição "1964 a 1985: A Subversão do Esquecimento", entre 31 de março e 30 de abril, na Galeria de Arte da ALMG. A exposição, exibida anteriormente em 2004, por ocasião dos 40 anos do golpe militar, lembra os principais acontecimentos sociais, políticos e culturais do período, compreendendo os antecedentes do golpe, a tomada do poder, os anos de chumbo e a distensão. A inauguração da mostra será na segunda (31), às 8h30.

Parceiros - Entre as instituições parceiras da ALMG neste evento estão entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), sindicatos e centrais sindicais, instituições ligadas à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), organizações não governamentais relacionadas ao tema, conselhos profissionais, as comissões da Verdade e do Memorial da Anistia Política no Brasil e de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB-MG), a Comissão da Verdade em Minas Gerais, o Comitê de Acompanhamento da Sociedade Civil à Comissão de Anistia, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e, por fim, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e a Procuradoria Regional dos Direitos da Cidadão do Ministério Público Federal.

Inscrições - As inscrições para o evento foram encerradas nesta quinta-feira (27).