Solenidade de lançamento da Frente Parlamentar é acompanhada por representantes de diversas entidades e também de municípios que integram a cadeia produtiva da cana de açucar

Deputados querem fortalecer a indústria de álcool e açúcar

Frente parlamentar vai defender a valorização do setor sucroenergético.

11/12/2013 - 21:24

A importância da indústria de álcool e açúcar foi destacada durante o lançamento da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, nesta quarta-feira (11/12/13), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O grupo, que congrega 71 deputados, tem o objetivo de estimular o debate, a promoção, o acompanhamento e a defesa de ações e políticas públicas visando ao fortalecimento da cadeia produtiva da cana de açúcar e ao retorno de investimentos que estimulem a retomada do consumo de etanol.

O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PP), destacou a importância do setor para a economia. “Este é um segmento imprescindível para o desenvolvimento e precisa ser valorizado. Com essa frente parlamentar, a ALMG vai confirmar mais um trabalho para ver Minas Gerais cada vez melhor, mais moderna e eficiente, ajudando o setor a dar passos cada vez maiores nesse sentido”, afirmou.

Os deputados Antônio Carlos Arantes e Zé Maia, ambos do PSDB, foram empossados, respectivamente, presidente e 1ª vice-presidente da frente parlamentar. “Além de trabalhar pela valorização, promoção e desenvolvimento do setor sucroenergético, precisamos levar informações à sociedade, com o fim de combater mitos e boatos que, muitas vezes, criam uma imagem errônea e negativa sobre a cadeia produtiva da cana de açúcar”, afirmou o deputado Antônio Carlos Arantes na solenidade.

Empresários lamentam perda de competitividade

O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas do Estado (Siamig), Mário Ferreira Campos Filho, se queixou da perda de competitividade do etanol. “Em 2009, para cada 100 litros de gasolina eram consumidos 40 litros de etanol. Hoje, para a mesma proporção de gasolina, são apenas 15 litros de etanol”, lamentou.

Ele disse não compreender por que razão esse combustível alternativo é tão desvalorizado. “É um setor gerador de emprego e renda, que a cada ano aperfeiçoa a produção, esmerando-se inclusive em cuidados ambientais, mas que continua sofrendo nesse cenário difícil”, sentenciou. Ele defendeu que a ALMG deve criar uma agenda estadual, visando a dar condições para o desenvolvimento contínuo do setor produtivo da cana de açúcar e das energias renováveis.

Para o representante do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Maurício Cecílio, o Governo Federal pecou ao segurar artificialmente os preços da gasolina e não investir de forma mais contundente no desenvolvimento da cadeia produtiva do etanol. Ele lembrou os incentivos concedidos pelo Governo do Estado, mas admitiu que eles ainda são insuficientes.

Os prefeitos de Uberaba, Paulo Piau, e de Pirajuba, Rui Gomes, também lamentaram a crise no setor e saudaram a iniciativa de criação da frente parlamentar. Eles lembraram que o modelo de produção de Minas Gerais é diferenciado e distribuidor de renda, e ressaltaram que o setor traz oportunidades a todos os envolvidos na cadeia produtiva, principalmente os trabalhadores.

Ministério Público é criticado

O representante da Associação dos Fornecedores de Cana de Campo Florido, Rodrigo Piau, reclamou da postura do Ministério Público, que segundo ele estaria fazendo “uma verdadeira perseguição ao setor, desrespeitando inclusive o Código Florestal aprovado pela ALMG”.

Diversos parlamentares destacaram a importância da cadeia produtiva da cana de açúcar para o desenvolvimento do Estado. Muitos também reclamaram do rigor da fiscalização do Ministério Público (MP). Manifestaram-se nesse sentido os deputados Elismar Prado (PT), Romel Anísio (PP), Dilzon Melo(PTB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Hely Tarquínio (PV), Antônio Lerin (PSB), Tony Carlos (PMDB), Jayro Lessa (DEM) e a deputada Liza Prado (Pros). Ela lembrou que as regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste do Estado concentram 20 das 39 usinas de álcool e açúcar existentes no Estado.

O deputado Zé Maia destacou as boas práticas do setor em relação ao meio ambiente e a geração de empregos com salários acima da média nacional. Ele também questionou a fiscalização do MP. “O Ministério Público não está acima da lei”, criticou. O deputado Antônio Carlos Arantes informou que a primeira ação da frente parlamentar será uma visita ao Ministério Público, na próxima quarta-feira (18), para tratar de abusos na fiscalização ambiental.