Participantes destacaram a busca pelo tratamento humanizado e a excelência dos profissionais do centro homenageado
Eduardo Nascimento (à dir.) recebeu placa alusiva à homenagem

ALMG homenageia Centro de Quimioterapia Antiblástica

Solenidade comemora 40 anos de fundação da entidade, considerada exemplo de tratamento humanizado do câncer.

07/10/2013 - 21:56

Em Reunião Especial de Plenário realizada nesta segunda-feira (7/10/13), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) homenageou os 40 anos do Centro de Quimioterapia Antiblástica e Imunoterapia (CQAI). A busca pelo tratamento humanizado e a excelência dos profissionais do centro foram ressaltadas pelos participantes durante a solenidade, requerida pelo deputado Arlen Santiago (PTB).

O parlamentar resgatou a trajetória da entidade, que ele chamou de “centro de apoio à vida”. Para Arlen Santiago, os fundadores do CQAI “escreveram uma história de coragem e solidariedade na luta contra o câncer”. Ele ressaltou a excelência do corpo técnico e as atividades acadêmicas desenvolvidas pelo centro desde sua fundação. “Eu mesmo devo minha formação a essa importante instituição”, destacou.

O deputado disse que um dos indícios de que o CQAI se tornou referência nessa área de atuação foi o fato de que um dos seus fundadores, o médico Sebastião Cabral Filho, foi escolhido para dar nome a um relevante prêmio da indústria farmacêutica. Ele falou ainda sobre a pouca valorização dos profissionais pelo sistema público de saúde e a escassez de recursos. Mas salientou que, mesmo diante das dificuldades, o centro sempre manteve alto padrão de atendimento aos pacientes da Santa Casa de Belo Horizonte.

Após exibição de vídeo institucional do Centro de Quimioterapia Antiblástica e Imunoterapia, o seu diretor, Eduardo Nascimento, recebeu das mãos dos deputados Arlen Santiago e Ivair Nogueira (PMDB), 1º vice-presidente da ALMG, a placa alusiva à homenagem. Nascimento agradeceu o reconhecimento público dos trabalhos prestados pelo centro.

Ele destacou a permanente busca da entidade pela humanização do tratamento, obtida inclusive “com processos de acolhimento diferenciados”, e pelo diagnóstico precoce; o que, segundo o diretor, amplia a eficácia dos procedimentos. Nascimento também falou sobre os serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre o uso de tecnologia de ponta por suas equipes multiprofissionais.

Em seu pronunciamento, o deputado Ivair Nogueira, representando o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), lembrou que o câncer causa 13% das mortes no mundo. No entanto, ele ponderou que as técnicas de tratamento, hoje menos agressivas, têm trazido alento e esperança. Para ele, esse avanço é proveniente de iniciativas como as do Centro de Quimioterapia Antiblástica e Imunoterapia. “Essa luta é possível. O índice cada vez maior de cura do câncer demonstra essa nova realidade. Temos mesmo que aplaudir esses 40 anos de profissionalismo e busca incansável pela vida”.

Centro de quimioterapia pretende ampliar sua estrutura

Já foram dados os primeiros passos para a construção de uma unidade hospitalar com 30 mil m², dedicada exclusivamente à oncologia clínica de ponta, que deve ser concluída em 2015. Os investimentos na edificação serão de R$ 30 milhões, mas somados os custos dos equipamentos, chega-se ao valor de R$ 130 milhões. A unidade terá tecnologia avançada e oferecerá 30 leitos diários para internação, com capacidade de 300 atendimentos por dia.

O CQAI conta atualmente com 110 funcionários, entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, assistente social e pessoal administrativo. A equipe é formada por 14 médicos oncologistas clínicos, que atendem a uma média de 3,5 mil pacientes por mês. Desde a sua fundação, o centro já tratou cerca de 100 mil pacientes, entre adultos e crianças.

O centro presta atendimento a pacientes do SUS, além de conveniados e particulares. Coloca à disposição dos pacientes três profissionais de serviço social, que orientam sobre como obter acesso a remédios, moradia, transporte e outras necessidades do tratamento, principalmente para quem vem do interior e para aqueles que não dispõem de recursos financeiros suficientes para cobrir as despesas.

Trajetória é marcada pelo pioneirismo

Em 1973, os recém-formados médicos oncologistas Sebastião Cabral Filho, Eduardo Nascimento e João Augusto Moreira (já falecido) iniciaram o atendimento aos pacientes com câncer pelo SUS, em uma unidade instalada na Santa Casa de Belo Horizonte.

Já em 1974, os profissionais passaram a atender no então Hospital Santa Mônica, atual Hospital Belo Horizonte. Pacientes de outros Estados, como Bahia e Espírito Santo, vinham a Belo Horizonte para se tratarem com os médicos, já considerados referências na área. Diante do avanço da doença e das escassas alternativas de tratamento da época, eles buscaram mudar essa realidade e ampliar a sobrevida das pessoas, atividades que impulsionaram a publicação de trabalhos científicos e a criação da primeira residência em oncologia fora do eixo Rio-São Paulo.

Nesse sentido, o CQAI estruturou o Centro de Estudos e Pesquisas Oncológicas de Minas Gerais (CEOMG), ainda na década de 70. O trabalho do CEOMG possibilita a realização de cursos, seminários e congressos, que promovem a educação continuada e a difusão de experiências voltadas ao tratamento do câncer.

As ações de caráter social foram iniciadas em 1985. O Projeto ConheSer, que está em sua 35º edição, é destinado a pacientes acometidos pelo câncer de mama. O objetivo é oferecer esclarecimentos e propiciar que mulheres e familiares superem juntos as dificuldades impostas pela doença e as etapas do tratamento.