Chacina de Unaí motiva audiência pública na ALMG

Além dessa reunião na segunda (26), a Comissão de Direitos Humanos participa do julgamento de acusados na terça (27).

23/08/2013 - 12:34

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se dedicará, no início da próxima semana, ao crime conhecido como chacina de Unaí (Noroeste de Minas). Na segunda-feira (26/8/13), às 9h15, no Plenarinho IV, será realizada audiência pública para dar continuidade à discussão sobre o crime. Outras reuniões já foram realizadas pela ALMG para discutir esse assunto desde que o crime ocorreu, em 2004. Já na terça-feira (27), às 9 horas, haverá visita da comissão ao Tribunal de Justiça Federal, à Avenida Álvares Cabral, 1.805, bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. A finalidade é acompanhar sessão do julgamento de acusados pela chacina.

A audiência foi requerida pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). Para o parlamentar, as ações têm como objetivo mobilizar a sociedade e cobrar justiça. “Precisamos fazer com que os responsáveis pela chacina sejam condenados. Não se pode admitir a impunidade em um caso tão emblemático. A chacina de Unaí é uma violenta agressão a quatro servidores que estavam cumprido seu trabalho e ao Estado”, salientou.

Foram convidados para a audiência pública o superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Valmar Gonçalves de Sousa; a procuradora-chefe interina da Procuradoria Regional do Trabalho da 3ª Região, Sônia Toledo Gonçalves; e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – MG, William dos Santos. Também foram chamados o presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFITMG), José Augusto de Paula Freitas; a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais, Rosângela Silva Rassy; e o ex-superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ex-delegado do trabalho, Carlos Alberto Menezes Calazans.

Já a visita ao Tribunal de Justiça Federal para acompanhar o julgamento de alguns dos acusados foi solicitada pelos deputados Durval Ângelo, Rogério Correia (PT) e Sargento Rodrigues (PDT). “Acompanharemos o julgamento e cobraremos que os culpados sejam punidos”, afirmou Durval Ângelo.

Crime - Foram assassinados os auditores fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Eles investigavam a ocorrência de trabalho análogo ao de escravo na zona rural de Unaí. Suspeita-se que os executores teriam agido a mando dos irmãos Antério Mânica, que foi prefeito de Unaí (2005-2012), e Norberto Mânica, fazendeiro no município, um dos maiores produtores de feijão do País. As investigações e a instrução do processo que apurou a chacina duraram nove meses. No entanto, os inúmeros recursos apresentados pelas defesas dos réus fizeram com que o crime permanecesse impune por quase dez anos.